Governo planeia novo aeroporto em Alcochete com o Montijo como solução complementar

O Governo vai entregar o estudo de avaliação estratégica de impacto ambiental do novo aeroporto de Lisboa ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC). Mas pretende avançar com dois novos aeroportos: um complementar – e eventualmente provisório – no Montijo e outro em Alcochete que deverá substituir o da Portela em 2035, segundo fonte próxima do processo.

Esta solução foi já articulada com a ANA, a empresa que gere os aeroportos nacionais. Os custos desta opção serão suportados pela ANA, prevendo-se que a concessão da empresa detida pelo grupo francês Vinci seja renegociada. O LNEC fará os estudos de avaliação de impacto ambiental para a construção dos dois aeroportos.

O ministro das Infraestruturas e Habitação Pedro Nuno Santos decidiu não entregar o estudo de avaliação ambiente à entidade que tinha sido selecionada em concurso público, por considerar que existe um conflito de interesses, por se tratar de uma empresa detida pela entidade que gere o aeroporto de Barajas, em Madrid, o principal concorrente ibérico do aeroporto de Lisboa, como avançou hoje o “Negócios”.

Nos planos do Executivo, as obras no Montijo deverão começar dentro de 12 e 18 meses e dentro de quatro anos haverá aviões a aterrar nesse aeroporto que terá uma pista. As obras deverão custar cerca de 600 milhões de euros, com o Montijo a ser uma solução complementar que visa conciliar as necessidade de curto prazo com uma solução de longo prazo.

Esta solução de longo prazo será a construção de um novo aeroporto em Alcochete, que em 2035 substituirá o aeroporto Humberto Delgado. Este último deverá encerrar, ficando os terrenos da Portela – que são propriedade do Estado –  disponíveis para outras utilizações. Por sua vez, o futuro do aeroporto do Montijo será decidido nessa altura, podendo encerrar ou não, mas o Executivo considera provável que deixe de ser necessário.

O custo do aeroporto de Alcochete não está ainda estimado. As últimas estimativas, de há 15 anos, apontavam para um valor situado entre os 4 e os 5 mil milhões de euros.

As projeções do Executivo apontam para que, sem a construção do aeroporto de Alcochete, o aeroporto do Montijo e o da Portela estariam sobrelotados já a partir de 2035.

A localização em Alcochete permitirá aumentar o número de pistas, se necessário, ao longo das próximas décadas, podendo ter até quatro pistas.

Além da construção dos aeroportos do Montijo e de Alcochete, o aeroporto Humberto Delgado também deverá ter obras de beneficiação que estarão a cargo da ANA e que deverão custar entre 200 e 300 milhões de euros. A substituição da torre de controlo é uma dessas obras.