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Governo quer instalar “fábrica gigante” de hidrogénio em Sines

Este consórcio entre Portugal e a Holanda vai permitir ter acesso a fundos do programa ‘Projetos Comuns Importantes de Interesse Europeu’.
19 Novembro 2019, 10h05

Portugal está focado na utilização e criação de energia renovável, sendo a energia eólica das mais implantadas. Ainda assim, o governo português parece querer investir numa fábrica de hidrogénio, avaliada em 600 milhões de euros, revela a rádio TSF, esta terça-feira, 18 de novembro.

A fábrica de eletrólise de água vai testar incluída na central solar de um gigawatt, que pretende entregar energia a um milhão de casas. A parceria para esta fábrica é com os holandeses, sendo que João Galamba, secretário de Estado da Energia, sustentou que “a literatura internacional aponta que o hidrogénio pode ser economicamente viável abaixo de 20 a 25 dólares por megawatt hora”.

De lembrar que o último leilão português de energia solar conseguiu lotes com o preço fixado em 14,7 euros por megawatt hora, colocando-se abaixo do valor viável do hidrogénio. Desta forma, o secretário da Energia garante que “o leilão fotovoltaico realizado em julho, é o principal cartão de visita de Portugal como país produtor de hidrogénio”.

João Galamba garante que o projeto que vai nascer em Sines “é um parque fotovoltaico com um gigawatt, em versão de autoconsumo, que baixa ainda os custos de produção de eletricidade porque tem isenções de tarifas de acesso à rede”. No debate com a TSF e a Associação Portuguesa de Promoção do Hidrogénio, o secretário de Estado da Energia afirmou que os terrenos públicos detidos pelo Estado em Sines, “só podem ser utilizados em projetos industriais, o que pode ser um fator importante para baixar os custos de produção do hidrogénio e depois atrair grandes empresas nacionais para este projeto”.

O governante defende que quer “montar um consórcio industrial de grande escala”, de forma a mostrar como Sines está a fazer a transformação de energia fóssil para energia limpa e, posteriormente, focar-se como exportador de hidrogénio, sendo esta “uma mais valia para o porto”.

Este consórcio entre Portugal e a Holanda vai permitir ter acesso a fundos do programa ‘Projetos Comuns Importantes de Interesse Europeu’.

Esta unidade de um gigawatt, pode trabalhar oito mil horas ao ano, utilizando 1,5 metros cúbicos de água para a produção de 160 milhões de quilos de hidrogénio. Este é um valor que dá para alimentar uma frota de autocarros e camiões, para realizarem 800 milhões de quilómetros, contando com consumos de 20 quilos aos 100.

Segundo os cálculos da rádio TSF, estes 800 milhões de quilómetros, davam para alimentar por 27 vezes, uma frota do tamanho da empresa pública de transportes Carris, que faz uma média de 29 milhões de quilómetros de distância anuais.

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