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Governo timorense ajuda trabalhadores sazonais a investir e gerir dinheiro

Com uma população superior a 1,3 milhões de pessoas – uma das mais jovens do mundo – a taxa de desemprego em Timor-Leste afeta gravemente os cidadãos em idade ativa. Sem oportunidades de crescimento profissional e melhoria das condições de vida, muitos optam por emigrar de forma permanente ou participar em programas de trabalho sazonal.
26 Junho 2025, 18h18

A secretaria de Estado da Formação Profissional e Emprego de Timor-Leste organizou hoje um seminário para ajudar trabalhadores, que participam nos programas de mobilidade laboral, a gerir o dinheiro que ganham fora e a fazer investimentos prioritários.

“Este seminário serve para orientar os nossos jovens, para aproveitarem as suas capacidades, utilizarem os seus recursos financeiros de acordo com um caminho que seja benéfico”, afirmou o secretário de Estado da Formação Profissional e Emprego, Rogério Mendonça.

O número mais recente de trabalhadores sazonais timorenses que regressaram da Austrália, registado por aquela secretaria de Estado, é de 1.891 pessoas.

“Este seminário é de grande ajuda para os regressados. Serve para que os nossos jovens possam contribuir para a resolução de um dos principais problemas do nosso país, que é a taxa de desemprego interna e o atraso no desenvolvimento económico das famílias,” disse o governante.

Segundo Rogério Mendonça, muitos trabalhadores acabam por gastar grande parte do dinheiro ganho com cerimónias fúnebres, celebrações e outras necessidades menos prioritárias.

“Por vezes, fazem planos de negócio, mas a cultura prevalece e o dinheiro acaba por ser gasto em outras coisas. Assim, mesmo os melhores planos e os mais bem elaborados acabam por falhar,” lamentou Rogério Mendonça.

Mas o timorense Miltiades Maia, de 39 anos, que esteve, em 2019, seis meses a trabalhar na Austrália, é o exemplo contrário. Quando regressou a Timor-Leste, aquele natural do município de Ermera abriu uma cafetaria com a mulher na sua terra natal e já criou emprego para mais pessoas.

“Temos quatro pessoas com emprego permanente na cafetaria, e mais dez na área do catering, para cozinhar para eventos e outras ocasiões,” disse à Lusa Miltiades Maia.

Em 2024, segundo dados divulgados pelo diretor-geral daquela secretaria de Estado, Carlitos Cabral, os timorenses a trabalhar na Coreia do Sul e na Austrália, no âmbito de programas de mobilidade laboral, transferiram para o país cerca de 44 milhões de dólares (cerca de 37,6 milhões de euros).

Com uma população superior a 1,3 milhões de pessoas – uma das mais jovens do mundo – a taxa de desemprego em Timor-Leste afeta gravemente os cidadãos em idade ativa.

Sem oportunidades de crescimento profissional e melhoria das condições de vida, muitos optam por emigrar de forma permanente ou participar em programas de trabalho sazonal.

O Estado timorense ainda não conseguiu responder eficazmente à criação de emprego, especialmente através do crescimento do setor privado, mas estabeleceu acordos com Austrália, Japão, Coreia do Sul e mais recentemente com a Nova Zelândia para o envio de trabalhadores sazonais.

O seminário nacional de reintegração já foi realizado nos municípios de Lautém, Viqueque, Baucau e Manatuto.

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