Uma década e meia depois da crise das dívidas soberanas que levou à intervenção da troika, a Grécia olha para a toda poderosa Alemanha a braços com uma crise de todo o tamanho e dá conselhos: “Se querem sair da crise, têm que fazer reformas”.
Numa entrevista à publicação alemã “Table Briefings”, o primeiro-ministro grego, líder do partido Nova Democracia de centro-direita, Kyriakos Mitsotakis defendeu a necessidade de a Alemanha recuperar e, para isso, adiantou, deve promover reformas em áreas como o excesso de burocracia. Um conselho que o primeiro-ministro grego estende a Bruxelas.
O mundo de 2025 é diferente do de 2010. A saída da pandemia impulsionou as economias mediterrâneas, designadas PIGS (porcos em inglês) sigla de Portugal, Itália, Grécia e Espanha, a focarem-se nos serviços, com o turismo à cabeça, enquanto o motor alemão foi atingido pelos altos custos de energia devido à guerra na Ucrânia e pelo desgaste do seu modelo económico com a China a ganha tração como concorrente da sua indústria automóvel.
Atualmente, a Grécia cresce mais do que a média da zona euro, com as previsões para o PIB a ultrapassarem os 2% nos próximos anos, o que a coloca no caminho da convergência, embora naturalmente ainda muito longe dos países mais ricos.
“Parte do crescimento de hoje deve-se provavelmente às reformas que foi obrigada a fazer pela Alemanha no passado, o que permite concluir que nem tudo é branco ou preto na economia e na política”, escrevem, esta quinta-feira, os jornalistas Mário Becedas e Vicente Nieves, no espanhol “El Economista”, salientando que na Grécia a economia cresce, o desemprego está em mínimos históricos e a dívida caiu 60 pontos percentuais para 150% do PIB.
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