Eurico Brilhante Dias, líder parlamentar do Partido Socialista (PS), reagiu às declarações de António Leitão Amaro sobre a greve geral desta quinta-feira dizendo que o “ministro não vive neste país” e não compreendeu a “resposta expressiva” dos trabalhadores na rejeição ao pacote laboral.
Leitão Amaro “não percebeu o que está a acontecer nas diferentes instituições: dos hospitais às escolas, às fábricas mais emblemáticas e exportadoras, aos transportes públicos. Não andou seguramente no trânsito hoje em Lisboa, é muito menor. O Governo deve perceber esse sinal”, disse o socialista numa reação aos jornalistas feita no Parlamento.
Para Brilhante Dias, “não há grandes dúvidas”: “A resposta dos trabalhadores ao pacote laboral é uma resposta expressiva. Esta greve geral é a todos os títulos um grande êxito e devemos felicitar a grande capacidade de mobilização das centrais sindicais, quer da UGT quer da CGTP. Esperamos que o Governo ouça e veja aquilo que está a acontecer em todo o país, é uma grande derrota do Governo no dia de hoje”, considerou o líder da bancada do PS.
Face ao “sinal” que hoje foi dado, continuou Brilhante Dias, o PS espera que o Governo “volte atrás” e se “sente com os parceiros sociais”, incluindo as centrais sindicais, e que promova “as alterações ao pacote laboral que devem ser feitas”.
“Somos contra estas medidas [do anteprojeto “Trabalho XXI”], são um retrocesso, trazem mais precariedade. Todos os progressos que fizemos para a conciliação entre a vida profissional e familiar, tudo o que fizemos para garantir, por exemplo, que as trabalhadoras domésticas tinham o seu contrato registado e contribuições para a segurança social. Vamos por em causa direitos fundamentais? Não pode ser”, acentuou.
Brilhante Dias disse esperar que o documento que vier a ser submetido ao Parlamento seja uma proposta “completamente diferente daquela que hoje está em cima da mesa”, alertando que compete ao Governo “ouvir com atenção” aquilo que os trabalhadores estão a manifestar em relação às alterações laborais.
Esta manhã, o ministro da Presidência defendeu que a “esmagadora maioria dos portugueses” estão a trabalhar e que a greve geral mais parece uma paralisação parcial da função pública, já que a adesão nos setores privado e social varia entre o e 10%, disse.
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