O grupo TUI, considerado o maior operador turístico mundial, voltou a vender o destino Cabo Verde, após meses de suspensão das ligações aéreas devido à pandemia de covid-19, prevendo 14 programas com partidas do Reino Unido até janeiro.
De acordo com informação daquele operador turístico, desses programas, cujo período de estadia e hotéis varia, 11 têm como destino a ilha do Sal, que arrancam no início de dezembro, e três a ilha da Boa Vista, com partidas essencialmente dos aeroportos de Londres e de Manchester.
Quase 200 mil britânicos visitaram Cabo Verde em 2019, o que equivale a quase um quarto do recorde histórico de 819.308 hóspedes que as unidades hoteleiras do arquipélago receberam no ano passado, que aumentaram 7% face a 2018.
O grupo TUI (Travel Union Internacional), de origem alemã, conta com vários hotéis e resorts, de diferentes segmentos, nas ilhas do Sal e da Boa Vista.
O primeiro desses programas do grupo TUI, que incluem ligação aérea, transportes locais e alojamento, nos hotéis daquela cadeia turística, está previsto para 07 de dezembro, com destino ao Sal, e o primeiro para a Boa Vista está agendado para 12 de dezembro.
O último destes programas que o grupo TUI voltou a comercializar para Cabo Verde – após a suspensão das ligações aéreas internacionais em 18 de março, devido à pandemia de covid-19 – está previsto para 12 de janeiro, para a ilha do Sal, a partir de Bristol.
Entre aquelas duas ilhas turísticas, apenas a do Sal contabiliza casos ativos (4) de covid-19, enquanto a Boa Vista não regista qualquer doente, segundo dados oficiais do Ministério da Saúde de 22 de novembro.
Além de exigir a apresentação de testes negativos à covid-19 para passageiros de voos internacionais com pelo menos 72 horas de antecedência, o Governo cabo-verdiano instituiu ainda a obrigação de apresentação de testes rápidos, negativos, ao novo coronavírus para os passageiros das ligações internas (aéreas e marítimas) com destino ao Sal e à Boa Vista.
Aquelas duas ilhas concentram a atividade turística em Cabo Verde, que garante 25% do PIB, através da promoção do destino de sol e praia.
O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, afirmou no início deste mês que a aposta na retoma do turismo no arquipélago passa inicialmente pelas ilhas do Sal e da Boa Vista, prevendo então a retoma da atividade na segunda quinzena de dezembro.
“Nós temos estado a trabalhar diretamente com os principais operadores turísticos, já há lançamento de oferta para a vinda a Cabo Verde, de voos organizados, e esperamos que se concretize. Tudo deverá acontecer a partir de 15 de dezembro”, destacou Ulisses Correia e Silva, em 02 de novembro.
Segundo informação anterior do executivo, foi concluída “com sucesso” a primeira fase da implementação das diretrizes Posi-Check, para instalações médicas regionais, tendo sido certificados e aprovados os centros e unidades de cuidados intensivos de covid-19 no Hotel Sabura e no Hospital Ramiro Figueira, ambos na ilha do Sal.
Igualmente certificados por esta auditoria internacional, conduzida pela consultora Intertek Cristal, foram o novo centro de Saúde de Santa Maria (Sal) e da Clínica de Boa Esperança e delegacia de Saúde, ambas na Boa Vista, sendo estas as duas principais ilhas turísticas de Cabo Verde.
“Iniciativa do Governo de Cabo Verde, o programa de auditoria Posi-Check foi projetado para atender às necessidades atuais e futuras, no sentido de formular e monitorar uma resposta eficaz à mitigação da propagação da covid-19 em Cabo Verde. O mesmo representa um investimento e uma forte aposta na criação de condições sanitárias adequadas para a retoma do turismo no país”, apontou o executivo num comunicado anterior.
Paralelamente, desde junho que está em curso o programa de certificação “Cabo Verde Turismo”, que consiste na preparação dos estabelecimentos ligados ao setor e subsetores do turismo, como aeroportos, portos, transferes, táxis, restaurantes, agências de viagens e excursões, empresas de aluguer de viaturas, casinos e outros.
Até ao momento, participaram neste programa de certificação cerca de 500 estabelecimentos, praticamente 1.300 participantes, em todas as ilhas, pelo que o Governo entende que, com estas medidas, o “país está em condições e preparado para chegada dos turistas”.
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