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Guerra comercial entre os EUA e a Ásia já (re)começou e os chips são o campo de batalha

Poucos dias depois da vitória de Donald Trump, ainda os votos não tinham sido totalmente contados, os governos da Coreia do Sul, do Japão e do Vietname trataram de avançar com fortes investimentos numa área crucial para o desenvolvimento de quase tudo o que se consome. O economista João Duque duvida que a estratégia de Trump seja sensata.
22 Novembro 2024, 11h08

Num mundo onde os chips (ou semicondutores) estão presentes em todas as máquinas industriais – desde os automóveis aos telemóveis, passando pelos mísseis nucleares e pelos transístores onde se ouve os relatos de futebol – a guerra que se avizinha entre os Estados Unidos e a China não é uma boa notícia. Só para piorar, essa guerra já começou, impondo as suas consequências a todos os produtos fabricados a jusante e a todas as cadeias de abastecimento a montante.

No final da semana passada, o ainda presidente norte-americano, Joe Biden, finalizou a concessão da primeira tranche de um total 6,6 mil milhões de dólares que serão gastos pelos Estados Unidos para financiar a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC) – um contrato que prevê investimentos da gigante taiwanesa em território norte-americano, transferência de (alguma) tecnologia para os Estados Unidos e, principalmente, o aumento das dificuldades de fornecimento das fábricas da ilha aos seus clientes chineses.

O investimento resulta do chamado Chips and Science Act – assinado em agosto de 2022 – uma lei norte-americana para promoção e financiamento da indústria de semicondutores e chips eletrónicos nos Estados Unidos, criada para aumentar a produção interna e reforçar a competitividade perante os rivais asiáticos. O projeto prevê investimentos totais de 52,7 mil milhões de dólares, dos quais, cerca de 39 mil milhões para financiar empresas do setor, 11 mil milhões para investigação e desenvolvimento (I&D) e dois mil milhões especificamente para aplicações militares – querendo isso dizer que as contas do Pentágono são chamadas a colaborar. Os objetivos da iniciativa combinam estratégia para manutenção e reforço da liderança global dos Estados Unidos na área de ciência, tecnologia e inovação (CT&I), autonomia e estabilidade de cadeias de produção domésticas e segurança nacional.

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