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Guterres: “G7 tem responsabilidade particular” na resposta às mudanças globais

Na véspera do G7, o secretário-geral da ONU exortou as partes, numa conferência de imprensa em Genebra, a “aproveitarem a oportunidade para prepararem o terreno para a solução de dois Estados”.
12 Junho 2024, 15h42

António Guterres defendeu hoje, em Genebra, que os líderes do G7 “têm uma responsabilidade particular” na resposta às “mudanças globais profundas” que decorrem “em múltiplas frentes”, nomeadamente na questão climática e na situação no Médio Oriente.

Em conferência de imprensa, à margem das celebrações do 60.º aniversário do UNACTD, recentemente renomeado UN Trade and Development, o secretário-geral das Nações Unidas garantiu que essa é a “mensagem clara” que transmitirá na cimeira do grupo dos sete países mais industrializados do mundo, que decorre entre os dias 13 e 15, em Itália.

Sobre a agenda climática, Guterres alerta que a “janela para agir está a fechar-se rapidamente”. “Estamos a colher os frutos da inação climática com inundações, incêndios, secas e calores devastadores”, afirmou.

De acordo com o Serviço Copernicus para as Alterações Climáticas da União Europeia (UE), o mês passado registou as temperaturas mais altas da história, contribuindo para a senda de “12 meses consecutivos mais quentes de sempre”.

“A Organização Meteorológica Mundial indicou uma probabilidade de 80% de que a temperatura média anual global ultrapasse 1,5°C em pelo menos um dos próximos cinco anos”, acrescentou, notando que, em 2015, “a probabilidade de tal violação era quase nula”.

Essa possibilidade, agora mais próxima, aumenta a “nossa responsabilidade de acelerar a ação climática”, continuou, defendendo que “os maiores países têm a responsabilidade de ir mais longe e mais depressa”, continuou. “Para o G7, isso significa comprometer-se a acabar com a energia do carvão até 2030”, continuou, abordando a “eliminação progressiva e global dos combustíveis fósseis, que representam 85% das emissões globais”.  

Sobre a aposta em energias renováveis, apesar de globalmente estarem em forte crescimento, “muitos países estão a ser deixados para trás”. 

“Precisamos que as economias avançadas apoiem as economias emergentes e em desenvolvimento e demonstrem solidariedade climática, fornecendo o apoio tecnológico e financeiro de que necessitam para reduzir as emissões”, continuou o secretário-geral.

Guterres apontou, ainda, para o “papel fundamental” que o G7 desempenha na promoção e manutenção da paz.

“Saúdo a recente iniciativa de paz do Presidente Biden e exorto todas as partes a aproveitarem a oportunidade para um cessar-fogo e a libertação dos reféns”, preparando “o terreno para a solução de dois Estados”, afirmou, pedindo continuidade no “trabalho pela paz na Ucrânia”.

“Uma paz justa baseada na Carta das Nações Unidas e no direito internacional em todo o mundo. Nunca devemos desistir da procura de soluções que sejam firmes e que não prejudiquem o direito internacional, incluindo o direito humanitário internacional”, sublinhou.

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