António Guterres defendeu hoje, em Genebra, que os líderes do G7 “têm uma responsabilidade particular” na resposta às “mudanças globais profundas” que decorrem “em múltiplas frentes”, nomeadamente na questão climática e na situação no Médio Oriente.
Em conferência de imprensa, à margem das celebrações do 60.º aniversário do UNACTD, recentemente renomeado UN Trade and Development, o secretário-geral das Nações Unidas garantiu que essa é a “mensagem clara” que transmitirá na cimeira do grupo dos sete países mais industrializados do mundo, que decorre entre os dias 13 e 15, em Itália.
Sobre a agenda climática, Guterres alerta que a “janela para agir está a fechar-se rapidamente”. “Estamos a colher os frutos da inação climática com inundações, incêndios, secas e calores devastadores”, afirmou.
De acordo com o Serviço Copernicus para as Alterações Climáticas da União Europeia (UE), o mês passado registou as temperaturas mais altas da história, contribuindo para a senda de “12 meses consecutivos mais quentes de sempre”.
“A Organização Meteorológica Mundial indicou uma probabilidade de 80% de que a temperatura média anual global ultrapasse 1,5°C em pelo menos um dos próximos cinco anos”, acrescentou, notando que, em 2015, “a probabilidade de tal violação era quase nula”.
Essa possibilidade, agora mais próxima, aumenta a “nossa responsabilidade de acelerar a ação climática”, continuou, defendendo que “os maiores países têm a responsabilidade de ir mais longe e mais depressa”, continuou. “Para o G7, isso significa comprometer-se a acabar com a energia do carvão até 2030”, continuou, abordando a “eliminação progressiva e global dos combustíveis fósseis, que representam 85% das emissões globais”.
Sobre a aposta em energias renováveis, apesar de globalmente estarem em forte crescimento, “muitos países estão a ser deixados para trás”.
“Precisamos que as economias avançadas apoiem as economias emergentes e em desenvolvimento e demonstrem solidariedade climática, fornecendo o apoio tecnológico e financeiro de que necessitam para reduzir as emissões”, continuou o secretário-geral.
Guterres apontou, ainda, para o “papel fundamental” que o G7 desempenha na promoção e manutenção da paz.
“Saúdo a recente iniciativa de paz do Presidente Biden e exorto todas as partes a aproveitarem a oportunidade para um cessar-fogo e a libertação dos reféns”, preparando “o terreno para a solução de dois Estados”, afirmou, pedindo continuidade no “trabalho pela paz na Ucrânia”.
“Uma paz justa baseada na Carta das Nações Unidas e no direito internacional em todo o mundo. Nunca devemos desistir da procura de soluções que sejam firmes e que não prejudiquem o direito internacional, incluindo o direito humanitário internacional”, sublinhou.
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