A administração Trump congelou 2,2 mil milhões de dólares (1,94 mil milhões de euros) de subsídios plurianuais a Harvard, de acordo com um grupo de trabalho conjunto para combater o antissemitismo, na sequência de uma mensagem do presidente da escola, Alan Garber, em que garantia que não iria “renunciar à sua independência ou aos seus direitos constitucionais”. Uma carta enviada a Harvard na semana passada exigia que a universidade reduzisse o poder dos estudantes e professores sobre os assuntos da universidade; denunciasse às autoridades federais os estudantes estrangeiros que cometessem violações de conduta e contratasse uma entidade externa para garantir que cada departamento académico fosse “diverso em pontos de vista”, entre outras medidas. A administração não definiu o que entendia por diversidade de pontos de vista, mas geralmente refere-se à inclusão de uma variedade de opiniões políticas, incluindo perspetivas conservadoras.
“Nenhum governo — independentemente do partido que esteja no poder — deve ditar o que as universidades privadas podem ensinar, quem podem admitir e contratar, e que áreas de estudo podem explorar,” afirmou Alan Garber, presidente de Harvard. No mês passado, mais de 800 docentes de Harvard assinaram uma carta apelando à universidade para “montar uma oposição coordenada a estes ataques antidemocráticos.” “A universidade não abdicará da sua independência nem renunciará aos seus direitos constitucionais. Nem Harvard nem qualquer outra universidade privada pode permitir ser tomada pelo governo federal”, acrescentou Garber. A carta do governo exigia um conjunto de mudanças que alterariam a estrutura da universidade e transfeririam um grau de controlo sobre as operações de Harvard para o governo federal. Tais mudanças violariam princípios fundamentais do meio académico, como a liberdade académica.
Algumas das ações exigidas pela administração Trump incluíam partilha de todos os dados de contratação; encerramento imediato de qualquer programa relacionado com diversidade, equidade e inclusão; reestruturação de programas académicos considerados como tendo “registos flagrantes de antissemitismo,” incluindo auditorias externas a várias escolas, como a Escola de Teologia, Escola de Educação, Escola de Saúde Pública e Faculdade de Medicina. “Ao longo dos últimos anos, Harvard tem falhado tanto no cumprimento das condições intelectuais como dos direitos civis que justificam o investimento federal” dizia a carta da administração.
Em fevereiro, a administração Trump criou uma ‘task force’ com a inclusão de várias agências para “erradicar o antissemitismo” e anunciou que iria visitar 10 campus universitários que registaram incidentes de antissemitismo, incluindo Harvard e Columbia. As exigências feitas a Harvard foram mais severas do que as colocadas à Universidade de Columbia. No último mês, estima-se que a Administração Trump tenha congelado, pelo menos, 3,3 mil milhões de dólares (2,98 mil milhões de euros) em financiamento federal para universidades de elite, de acordo com o The New York Times.
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