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Harvard pode perder direito de matricular estudantes estrangeiros

A responsável pelo departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos, Kristi Noem, já tinha anunciado esta semana o término de dois financiamentos deste organismo à Universidade de Harvard, no valor de 2,7 milhões de euros. Kristi Noem na carta que entregou a Harvard pedia os registos, até 30 de abril, do que dizia ser “as atividades ilegais e violentas” de estudantes estrangeiros, que se encontravam na universidade norte-americana, e que eram portadores de vistos, refere a Reuters, a que se juntava a ameaça de que se Harvard não cumprisse “iria perder o privilégio de poder matricular estudantes estrangeiros”.
17 Abril 2025, 12h35

O Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos afirmou que a Universidade de Harvard pode perder a sua capacidade de matricular estudantes estrangeiros se não cumprir com os critérios estabelecidos pela administração de Donald Trump relativamente à partilha de informação sobre vistos, avança esta quinta-feira a agência noticiosa Reuters.

A responsável pelo departamento de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Kristi Noem, já tinha anunciado esta semana o término de dois financiamentos deste organismo à Universidade de Harvard, no valor de 2,7 milhões de euros.
Kristi Noem na carta que entregou a Harvard pedia os registos, até 30 de abril, do que dizia ser “as atividades ilegais e violentas” de estudantes estrangeiros, que se encontravam na universidade norte-americana, e que eram portadores de vistos, refere a Reuters, a que se juntava a ameaça de que se Harvard não cumprisse “iria perder o privilégio de poder matricular estudantes estrangeiros”.
A Reuters salienta que uma porta-voz de Harvard referiu que a universidade estava consciente da carta enviada por Kristi Noem “relativamente ao cancelamento de financiamento e ao escrutínio de vistos de estudantes estrangeiros”, e que a universidade mantinha o que disse no comunicado, desta semana, de que “não vai abdicar da sua independência ou abrir mão dos seus direitos constitucionais”, embora refira que vai cumprir com a lei.

Administração Trump congela 1,9 mil milhões de euros a Harvard

Esta semana foi avançado que a administração Trump congelou 2,2 mil milhões de dólares (1,94 mil milhões de euros) de subsídios plurianuais a Harvard, de acordo com um grupo de trabalho conjunto para combater o antissemitismo, na sequência de uma mensagem do presidente da escola, Alan Garber, em que garantia que não iria “renunciar à sua independência ou aos seus direitos constitucionais”.
Uma carta enviada a Harvard na semana passada exigia que a universidade reduzisse o poder dos estudantes e professores sobre os assuntos da universidade; denunciasse às autoridades federais os estudantes estrangeiros que cometessem violações de conduta e contratasse uma entidade externa para garantir que cada departamento académico fosse “diverso em pontos de vista”, entre outras medidas.
“Nenhum governo — independentemente do partido que esteja no poder — deve ditar o que as universidades privadas podem ensinar, quem podem admitir e contratar, e que áreas de estudo podem explorar,” afirmou Alan Garber, presidente de Harvard. No mês passado, mais de 800 docentes de Harvard assinaram uma carta apelando à universidade para “montar uma oposição coordenada a estes ataques antidemocráticos.”
A carta do governo exigia um conjunto de mudanças que alterariam a estrutura da universidade e transfeririam um grau de controlo sobre as operações de Harvard para o governo federal. Tais mudanças violariam princípios fundamentais do meio académico, como a liberdade académica.

Algumas das ações exigidas pela administração Trump incluíam partilha de todos os dados de contratação; encerramento imediato de qualquer programa relacionado com diversidade, equidade e inclusão; reestruturação de programas académicos considerados como tendo “registos flagrantes de antissemitismo,” incluindo auditorias externas a várias escolas, como a Escola de Teologia, Escola de Educação, Escola de Saúde Pública e Faculdade de Medicina. “Ao longo dos últimos anos, Harvard tem falhado tanto no cumprimento das condições intelectuais como dos direitos civis que justificam o investimento federal” dizia a carta da administração.

Em fevereiro, a administração Trump criou uma ‘task force’ com a inclusão de várias agências para “erradicar o antissemitismo” e anunciou que iria visitar 10 campus universitários que registaram incidentes de antissemitismo, incluindo Harvard e Columbia. As exigências feitas a Harvard foram mais severas do que as colocadas à Universidade de Columbia. No último mês, estima-se que a Administração Trump tenha congelado, pelo menos, 3,3 mil milhões de dólares (2,98 mil milhões de euros) em financiamento federal para universidades de elite, de acordo com o The New York Times.

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