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Huawei disponível para conversar com EUA, mas Trump terá que ir até à China para que isso aconteça

Desde de que a Huawei entrou na “lista negra” da Casa Branca, em maio, nem Trump nem Ren Zhengfei entraram em negociações. “Eu não tenho jatos privados”, explicou o CEO da tecnológica. “Ele tem aviões privados e por isso pode vir até à China sempre que quiser”.
  • Fundador e presidente executivo da Huawei, Ren Zhengfei
7 Novembro 2019, 14h26

O CEO da Huawei mostrou-se disponível para conversar com o Presidente Donald Trump depois da gigante da tecnológica ter entrado na “lista negra” de Washington, em maio. Desde então, nem Zhengfei nem Trump negociaram diretamente um meio termo, mas as conversações podem começar em breve. Porém, para isso acontecer, o norte-americano terá que viajar até a China.

“Eu não tenho um canal de comunicação com Trump- Nem tenho o número de telemóvel”, começou por dizer, antes de deixar claro que havia uma condição para que essa conversa acontecesse. “Ele tem aviões privados e por isso pode vir até à China sempre que quiser. Eu não tenho jatos privados”, cita o “Business Insider” as declarações do chinês, esta quinta-feira.

Com ironia finalizou: “Eu só tenho aviões de papel, se chover podem cair”.

Ren Zhengfei detém um património líquido de 1.4 mil milhões de dólares (1,2 milhões de euros) e até ocupa a 276.º posição dos Homens Mais Ricos da China da Forbes deste ano. A Huawei, que foi considerada a segunda maior fabricante de telemóveis no mundo, tem estado a dominar o mercado da tecnologia chegando até a ultrapassar a norte-americana Apple.

Mas o CEO não parece ter uma opinão clara sobre Trump. Em janeiro, depois da filha e CFO da Huawei Meng Wanzhou ter sido detida no Canadá, Ren apontou Trump como “um grande presidente”.

Depois de ter entrado na “lista negra” da Casa Branca, Rem recusou-se a conversar com Trump tendo afirmando também que ignoraria uma chamada dele caso uma ligação chegasse a acontecer. Um mês depois, corrigiu o que tinha dito dizendo que “estaria demasiado ocupado” para responder a uma chamada do presidente norte-americano. E acrescentou ainda que não falava inglês.

Os comentários desta quarta-feira, feitos pelo CEO, chegam numa altura em que os EUA e a China se preparam para avançar para as próximas fases de negociação que podem acabar com a guerra comercial que já dura há mais de um ano. Mas nem a guerra comercial parece ser um fator que prejudique os resultados da Huawei.

“Desde o inicio que nunca liguei muito à guerra comercial”, começou por explicar. “Nós não temos vendas registadas nos Estados Unidos, por isso a guerra comercial entre os dois países não impacta de forma alguma a Huawei”, afirmou.

O que é, em parte, verdade. De acordo com os dados oficiais, a empresa chinesa vende poucos telemóveis nos Estados Unidos, porém, foi afetada pelo “lobby” dos EUA. Ren reconheceu que a “lista negra” havia afetado a Huawei por não poder licenciar nem pré-instalar o conjunto de aplicações da Google no seu novo telemóvel principal Mate 30. A capacidade de usar os serviços da Google é fundamental para a maioria dos consumidores ocidentais que compram telemóveis Android.

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