As várias questões éticas e económicas suscitadas pela Inteligência Artificial devem ser tema na campanha eleitoral para as legislativas de 18 de maio, defenderam Almiro Moreira, deputado do PSD, e João Torres, deputado do PS, na AI Summit 2025, conferência organizada pelo Jornal Económico (JE) e que decorre esta terça-feira em Lisboa.
Questionado no painel “Regular a IA na UE… mas qb”, o deputado social-democrata salientou que este é um tema “que interessa à sociedade” porque, a maioria, ainda que por vezes sem se dar conta, usa diariamente essa tecnologia. “É bom que possa ser um tema de campanha”, frisou Almiro Moreira, destacando que o atual Governo “tem algumas boas notícias a dar” nesta matéria. Nomeadamente o Amália, o ChatGPT luso que promete ensinar a falar e a escrever em português de Portugal e cuja versão final estará pronta para o ano.
“É um passo importante que vai garantir a preservação da nossa cultura”, da língua e identidade, defendeu o parlamentar, antecipando que outros temas possam entrar na campanha, como seja a agenda para a IA e os programas educativos. “Acho que deve ser um tema. O PSD e o CDS nunca fogem a tema nenhum, por isso acho que pode ser um tema de campanha. Se houver um ou outro candidato que puxe por ele, deve ser falado para que as pessoas possam perceber aquilo que está a acontecer na Europa e em Portugal nesta matéria”.
O deputado João Torres concorda e antecipa que o programa eleitoral do PS não deixará de fora a importância que a IA tem nas políticas económicas, quer do lado da oferta quer do lado da procura, pela “magnitude das transformações” que está a operar no mundo em que vivemos, um mundo que enfrenta um processo de “reversão da globalização” por via da chamada “blocalização” – “algo que já era sintomático antes da segunda eleição de Donald Trump mas que agora se torna evidente”.
João Torres quis deixar uma nota de positividade em relação ao desafio que Portugal tem na implementação da IA, lembrando que por exemplo a Alemanha, país mais desenvolvido da Europa e com maior capacidade de gerar riqueza, tem inúmeras dificuldades ao nível da digitalização dos seus documentos.
“A utilização do fax é uma coisa mais comum na Alemanha do que se pensa”, detalhou o deputado, sem querer comparar os dois países. “Quero apenas dar uma nota positiva de que há muitos países extraordinariamente desenvolvidos que também precisam de rapidamente se integrar nesta revolução e recuperar o tempo perdido”, rematou o antigo secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor.
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