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Impacto do futebol profissional no PIB sobe 8% para 667 milhões de euros

Valores surgem num relatório divulgado esta terça-feira, que resulta da parceria entre a EY e a Liga Portugal. O estudo revela ainda que a indústria do futebol alcançou um volume de negócios que supera, em 74 milhões, o de 2021/22.
27 Fevereiro 2024, 12h10

O Futebol Profissional Português solidificou o seu contributo para a economia portuguesa, ao longo da última temporada, com um aumento considerável do volume de negócios. Voltou também a assumir papel de destaque na criação de postos de trabalho, de acordo com a sétima edição do Anuário do Futebol Profissional Português, produzido pela consultora EY em parceria com a Liga.

Segundo o relatório que retrata o impacto económico, cultural e social da modalidade, e que foi divulgado e apresentado na manhã desta terça-feira, no Estádio do Bessa Século XXI, a Liga Portugal e as 34 Sociedades Desportivas abrangidas por esta análise registaram, na época passada, um volume de negócios que superou, em 74 milhões, o da época anterior, ao ultrapassar os 987 milhões de euros.

Com o crescimento económico, a modalidade acabou também por atingir valores recorde de contribuição para o PIB. Desta vez bateram nos 667 milhões, que se traduzem num aumento, de 8%, face a 2021-2022 e que corresponde a 0,26% da atual riqueza nacional.

O relatório mostra ainda que as competições profissionais de futebol e os clubes que nelas competem foram diretamente responsáveis por 3504 postos de trabalho. Detalha ainda que 76% do emprego no futebol profissional em Portugal foi assegurado pelas equipas da primeira liga, com um total de 2682 pessoas empregadas, das quais 930 são jogadores, 257 treinadores e 1473 funcionários que se dedicam às áreas de suporte, gestão e administração.

No que diz respeito à massa salarial, as sociedades desportivas dos dois campeonatos profissionais (Liga Portugal Betclic e Liga Portugal SABSEG) responsabilizam-se por 364 milhões de euros, sendo que são os jogadores aqueles que ocupam o primeiro lugar da tabela remuneratória. Incluindo os ordenados da segunda liga, o valor pago a atletas atinge os 269 milhões de euros.

O crescimento económico da indústria do futebol traduziu-se também nas contribuições para os cofres do Estado. Gerou 228 milhões de euros em impostos, mais 6% do que na temporada anterior (214 milhões de euros).

O principal campeonato, a Liga Portugal Betclic, assegura “91% do impacto fiscal apurado”, o que representa “uma contribuição de cerca de 208 milhões de euros”. O pagamento de IRS e as contribuições para a Segurança Social “fixaram-se nos 178 milhões, constituindo 78% do total dos contributos fiscais”.

Em conjunto com a Liga Portugal SABSEG, realizou, nas duas janelas de transferências, 859 movimentos de jogadores (432 entradas e 427 saídas), com um saldo positivo de 319 milhões de euros. Destas transações, 277 dizem respeito a partidas de atletas para outros campeonatos (65% do total), “o que comprova uma cada vez maior internacionalização do futebol português, totalizando 505 milhões de euros”.

De salientar ainda que a Liga Portugal apresentou resultados operacionais positivos, e pelo oitavo ano consecutivo, obtendo receitas nunca antes atingidas no valor de 24 milhões de euros, com 69% do “bolo” a ser da responsabilidade das competições profissionais.

A Liga terminou a última temporada com lucros a rondar os 825 mil euros, “tendo libertado mais de 8,5 milhões de euros para distribuir pelas Sociedades Desportivas”.

A época anterior ficou ainda marcada pelo total regresso à normalidade da utilização das capacidades máximas dos estádios em Portugal, “sem quaisquer limitações impostas pela pandemia de Covid-19”. Os registos apontam para a presença de três milhões e meio de pessoas nos jogos da primeira liga, “registando-se uma ocupação média de 51%, a que se somam as 338 mil pessoas que assistiram nas bancadas aos jogos das equipas da Liga Portugal SABSEG, com uma ocupação média de 27%”.

Passado esse período mais complicado, Pedro Proença, presidente da Liga Portugal, não tem dúvidas de que o futebol se assume “de forma cada vez mais sustentada como uma das indústrias de maior relevância a nível nacional e com um papel preponderante na promoção do país no estrangeiro”.

De acordo com o responsável máximo do organismo que organiza as competições mais importantes da modalidade, “chegou o momento de vermos finalmente reconhecido o papel deste setor no tecido económico e social português, garantindo ao Futebol Profissional as mesmas condições que são dadas a outras indústrias nacionais e àqueles com quem temos de competir a nível internacional”.

Já para Miguel Farinha, Country Managing Partner da EY Portugal, Angola e Moçambique, “o impacto direto do Futebol Profissional Português na economia portuguesa, desde o contínuo aumento da sua contribuição para o PIB e receitas fiscais do Estado à dinamização de uma atividade geradora de emprego, tem como pilar os progressos significativos gerados pela Liga Portugal nos últimos anos, que responderam eficientemente aos desafios do setor”.

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