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Impedimento de Bolsonaro adia cimeira do Chega

Ex-Presidente do Brasil tem o passaporte retido, pelo que não poderá viajar para Portugal, onde deveria discursar ao lado de André Ventura a 13 de Maio. Adiamento renova esperança de contar com Donald Trump.
4 Maio 2023, 15h10

O líder do Chega, André Ventura, anunciou nesta quinta-feira que a Cimeira Mundial da Direita, que o seu partido tinha marcado para os próximos dias 13 e 14 de Maio, em Lisboa, será reagendada devido à impossibilidade de Jair Bolsonaro viajar para Portugal. O ex-Presidente do Brasil tem o passaporte retido, apesar de ainda não ter sido apreendido, na sequência de uma investigação a alegadas irregularidades em boletins de vacinação contra a covid-19.

A notícia foi dada nesta quinta-feira por André Ventura, através de um vídeo gravado em Budapeste, onde o líder do Chega participa na Conferência de Acção Política Conservadora, que incluirá um encontro com o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán.

“Fruto dos acontecimentos que todos acompanhámos e que todos pudemos ver, sobretudo nos últimos dias, o Chega terá de suspender e reagendar para uma data posterior a Cimeira Mundial das Direitas”, lamenta André Ventura. “A perseguição a que alguns dos nossos principais convidados têm estado sujeitos, envoltos em manobras de manietação e até, no caso do ex-presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, de apreensão e retenção do seu passaporte, impedindo-o de viajar, a poucos dias de a cimeira ocorrer, revelam bem o espírito de agressividade, condicionamento e ameaça que em certos países reina e que querem fazer contra a direita mundial”, prossegue o líder do Chega.

“Não queria deixar de marcar esta posição de indignação e estupefacção face ao ataque cirúrgico, focado e coincidente com a data que muitos deles iriam viajar para Lisboa, onde decorreria um dos maiores encontros mundiais da direita conservadora, precisamente nesta altura. A nossa indignação é grande, mas continuaremos firmes e resistiremos. Não nos deixaremos abater e não nos deixaremos vencer”.

André Ventura despede-se com um “abraço muito forte” aos convidados para o encontro e com a garantia de que o Chega vai continuar a trabalhar para organizar a cimeira, “com mais força e mais firmeza”. “Em breve, se Deus quiser, estaremos todos juntos”.

A Cimeira Mundial da Direita iria decorrer no Centro de Congressos de Lisboa, tendo entre os principais convidados Jair Bolsonaro, o seu filho Eduardo Bolsonaro, que é deputado federal, os ex-ministros brasileiros Gilson Neto e Onyx Lorenzoni, o vice primeiro-ministro italiano Matteo Salvini e Iván Espinoza, vice-presidente do partido espanhol Vox. O político italiano, líder da Liga, não se encontra, no entanto, entre os convidados confirmados no site oficial desse encontro.

Além da vontade de contar com Jair Bolsonaro, que seria cabeça de cartaz da cimeira organizada pelo Chega, também existe a esperança de trazer a Portugal o ex-Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que já anunciou ser candidato às presidenciais de 2024. Até agora, o único convidado norte-americano confirmado oficialmente é Mark Ivanyo, director-geral dos Republicans for National Renewal, uma organização conotada com a ala mais radical do Partido Republicano.

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