[weglot_switcher]

Inapa: Medina falhou ordem para vender após sugestão recebida pela Parpública

O JE avança na edição desta sexta-feira que o anterior secretário de Estado das Finanças, João Nuno Mendes, sugeriu à Parpública a possibilidade de vender a participação maioritária que tem na distribuidora de papel (cerca de 40%).
9 Agosto 2024, 08h29

Setembro de 2022 podia ter sido uma data decisiva para evitar o desfecho que se conhece com a entrada no Tribunal de Sintra com o pedido de insolvência por parte da Inapa e uma dívida global que ascende os 200 milhões de euros.

O JE avança na edição desta sexta-feira que o anterior secretário de Estado das Finanças, João Nuno Mendes, sugeriu à Parpública a possibilidade de vender a participação maioritária que tem na distribuidora de papel (cerca de 40%).

Ao que o Jornal Económico apurou, João Nuno Mendes concluía, no documento, que face à informação prestada pela Parpública relativamente à situação da Inapa, não seria possível conceder um financiamento público à empresa. O despacho foi enviado à Parpública, tendo sido dado conhecimento ao ministro das Finanças, Fernando Medina.

De acordo com fontes ouvidas pelo JE, a Parpública não vendeu a posição na Inapa enquanto teve essa possibilidade porque tal situação nunca poderia avançar sem uma instrução clara do então ministro das Finanças, Fernando Medina.

O grupo Inapa foi fundado em 1965 e tem como principal acionista a empresa pública Parpública, com 44,89% do capital social, enquanto a empresa Nova Expressão tem 10,85% e o Novo Banco 6,55%. O restante capital está disperso.

Foi conhecido em julho que a Inapa tinha pedido uma injeção de 12 milhões de euros para necessidades de tesouraria imediatas, mas o Ministério das Finanças disse que a Parpública não iria conceder à empresa os financiamentos pedidos.

A Inapa apresentou o pedido de insolvência junto do Juízo de Comércio do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste a 29 de julho.

“A situação de insolvência da Inapa IPG foi despoletada por uma carência pontual de tesouraria de curto prazo da sua subsidiária Inapa Deutschland GmbH (“Inapa Deutschland”), em montante de 12 milhões de euros, para a qual não se encontrou solução de financiamento até dia 22 de julho, prazo estabelecido pela lei alemã, o que resultou na apresentação à insolvência da Inapa Deutschland nesse dia”, explicou na altura a empresa.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.