O incêndio que deflagrou na Região Autónoma da Madeira a 14 de agosto já afetou, até à passada segunda-feira (cinco dias), uma área superior a sete mil hectares, tendo em conta os dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS). Nesse espaço de tempo, foi afetada quase tanta área como a registada entre janeiro e 15 de agosto no território continental (7.949 hectares). Em relação ao maior incêndio registado em território continental, numa área de 2.182 hectares, o da Região Autónoma já é três vezes superior.
O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), num relatório referente ao período compreendido entre 1 de janeiro e 15 de agosto, registava 3.485 incêndios, que resultaram numa área ardida de 7.949 hectares, sendo que 2.723 eram referentes a povoamentos, 3.788 a matos e 1.438 a agricultura.
“Comparando os valores de 2024 com o histórico dos 10 anos anteriores, assinala-se que se registaram menos 58% de incêndios rurais e menos 87% de área ardida relativamente à média anual do período. 2024 apresenta, até 15 de agosto, o valor mais reduzido em número de incêndios e o valor mais reduzido de área ardida, desde 2014”, diz o relatório do ICNF.
O relatório indica também que em 2024 os incêndios com área ardida inferior a um hectare “são os mais frequentes” e representam 85% do total de incêndios rurais. A área ardida média por incêndio está em 2,3 hectares.
“No que se refere a incêndios de maior dimensão, assinala-se a ocorrência de um incêndio com área ardida superior ou igual a 1.000 hectares”, acrescentou o relatório.
Esse incêndio começou a 10 de agosto no distrito de Bragança, no concelho do Vimioso, freguesia da Angueira, com uma área ardida de 2.182 hectares.
Na lista segue-se outro incêndio noconcelho de Bragança, e freguesia da Carragosa, com uma área ardida de 471 hectares.
O incêndio da Madeira já afetou os municípios da Ribeira Brava, Câmara de Lobos, e Ponta do Sol.
No caso da Ponta do Sol ativou, na passada quarta-feira, o Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil, declarando situação de alerta. O alerta teve efeito imediato, e tem a duração de cinco dias, “sem prejuízo da prorrogação na medida do que a evolução da situação concreta o justificar”, salientou o município.
Dos incêndios rurais registados pelo ICNF, para o território de Portugal Continental, as causas mais frequentes estão relacionadas com Incendiarismo – Imputáveis (27%) e Queimadas de sobrantes florestais ou agrícolas (14%).
“Os reacendimentos representam 4% do total das causas apuradas, um valor inferior face à média dos 10 anos anteriores (11%)”, acrescentou o ICNF.
Por distritos, o maior número de incêndios foi no Porto (594), Viana do Castelo (328) e Braga (288). Julho foi o mês com mais incêndios (1.031), seguido por agosto (722), e junho (593), de acordo com os dados do ICNF.
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