Os incêndios no território brasileiro cresceram 149% em agosto, mês em que 5,65 milhões de hectares arderam no país, segundo dados do Monitor do Fogo, recolhidos pela organização não-governamental MapBiomas e divulgados hoje.
Isso significa que 3,3 milhões de hectares foram queimados a mais no mês passado face a agosto de 2023 no país sul-americano lusófono que está a ser atingido por uma seca grave.
Com o crescimento da área queimada no Brasil no mês passado, o total acumulado das áreas atingidas pelo fogo desde janeiro alcançou 11,39 milhões de hectares, 6 milhões de hectares a mais e um crescimento de 116%, na comparação com 2023.
O mês de agosto, portanto, responde por quase metade (49%) da área queimada no país desde janeiro.
Quase dois terços (65%) da extensão das terras atingidas pelo fogo no Brasil no período continham vegetação nativa, com as formações de savana representando um quarto (25%) da área queimada no mês. Com isso, o Cerrado brasileiro foi o bioma com a maior área queimada em agosto de 2024, com 2,4 milhões de hectares, ou 43% de toda a área queimada no país no período.
Com 2 milhões de hectares queimados, a Amazónia surge a seguir. Nessa região, o fogo avançou de maneira preocupante, com um aumento significativo da área que atingiu no ano passado.
“Trinta por cento da área queimada foi de formação florestal. A combinação de atividades humanas e condições climáticas desfavoráveis, como a seca, está intensificando a ocorrência de incêndios, especialmente em áreas de pastagem e vegetação nativa,” afirmou Ane Alencar, coordenadora do MapBiomas Fogo.
Já no Pantanal, um bioma importante do país e que historicamente é atingido pela seca e incidência de fogo neste período do ano, a área queimada entre janeiro e agosto de 2024 aumentou 249% face à média dos cinco anos anteriores.
No total 1,22 milhões de hectares arderam no Pantanal no período, 874 mil hectares a mais que a média. Mais de metade (52% ou 648 mil hectares) desse total ardeu em agosto, período em que o Monitor do Fogo do MapBiomas registou a maior área devastada pelo fogo já observada no Pantanal da sua série iniciada em 2019.
Na Mata Atlântica, bioma localizado no litoral do território brasileiro, 500 mil hectares de área arderam em agosto, o que representa um aumento de 683% face à média anterior. O total queimado entre janeiro e agosto deste ano nesse bioma alcançou 615 mil hectares.
Na Caatinga, bioma predominante no interior da região nordeste do Brasil, 51 mil hectares arderam entre janeiro e agosto de 2024, um aumento de 22% face ao mesmo período de 2023, com 66% das queimadas concentradas em formações savânicas.
Por outro lado, no Pampa, bioma que cobre a região sul do Brasil, os incêndios entre janeiro e agosto atingiram 2,7 mil hectares, sendo o menor valor dos últimos três anos para esse período. Este padrão está associado à maior humidade observada na região, com chuvas acima da média para o período.
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 71
2740-257 Porto Salvo
online@medianove.com