A incerteza em torno do cenário político em França, que vai agora a eleições, e o ajustamento ao novo ciclo de redução das taxas de juro pelo Banco Central Europeu (BCE) têm pressionado as ações da banca europeia, afirmam os analistas do Goldman Sachs. Ainda assim, acreditam que o desempenho do sector financeiro vai manter-se positivo.
“Os bancos europeus registaram um bom desempenho no início de 2024, com o índice Euro Stoxx Banks [que inclui as ações das maiores instituições financeiras da zona euro] a subir 27% desde o início do ano até alcançar um pico em meados de maio”, referem os analistas do Goldman Sachs numa nota divulgada esta quarta-feira.
De acordo com a mesma nota, a “valorização das ações deveu-se à subida das taxas de juro na Europa e nos EUA e aos resultados financeiros que foram melhores do que o esperado no quatro trimestre de 2023 e primeiro trimestre de 2024”.
No entanto, referem os analistas, “desde o pico alcançado em meados de maio, o Euro Stoxx Banks recuou 7%”, num período em que o Stoxx 600, que agrega as maiores cotadas europeias, caiu 1%. “Na nossa perspetiva, o mau desempenho deveu-se sobretudo à incerteza em torno do cenário político em França e as implicações macroeconómicas associadas para os bancos e ao reposicionamento para antecipar os cortes das taxas de juro pelo BCE”, frisa o Goldman Sachs. O banco central liderado por Christine Lagarde iniciou o ciclo de descida em junho.
Ainda assim, os “fundamentais do sector mantêm-se forte e o Euro Stoxx Banks sobe atualmente 17% desde o início do ano”, acompanhamento a tendência de valorização do Stoxx 600, notam os analistas. “Prevemos que o desempenho positivo se mantenha, com um potencial de crescimento médio de 23% numa perspetiva a 12 meses”, rematam.
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