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Incertezas externas levam Bruxelas a rever em baixa crescimento da zona euro

Comissão Europeia vê agora a economia da zona euro a crescer 1,2%, menos uma décima do que nas previsões anteriores. Abrandamento da economia e do comércio global e tensões comerciais pressionam crescimento do PIB.
7 Maio 2019, 12h54

O crescimento da economia na zona euro deverá abrandar para 1,2% este ano, pressionado pelo abrandamento da economia e do comércio global. Nas previsões de primavera, divulgadas esta terça-feira, a Comissão Europeia (CE) espera, no entanto, que a economia volte a recuperar no próximo ano.

Bruxelas reviu em baixa ligeira as estimativas sobre o crescimento da economia da zona euro e prevê agora uma expansão de 1,2% para este ano, que compara com os 1,3% projetados em fevereiro. Já para 2020, prevê que o PIB dos 19 países da moeda única cresça 1,6%.

“A recente desaceleração do crescimento global e do comércio mundial, juntamente com a alta incerteza sobre as políticas comerciais, está a pesar sobre as perspectivas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019 e 2020”, refere o relatório da CE.

Para a média dos Estados-membros a 27, estima um crescimento de 1,4% este ano e de 1,7% no próximo ano.

“A economia europeia está a mostrar resiliência face a um ambiente externo menos favorável, incluindo as tensões comerciais. O crescimento deverá continuar em todos os Estados-Membros da UE e recuperar no próximo ano, apoiado por uma procura interna robusta, ganhos consistentes de emprego e baixos custos de financiamento”, refere Valdis Dombrovskis, vice-presidente para o euro e diálogo social.

“Ainda assim, os riscos para as perspectivas permanecem pronunciados. Do lado externo, isso inclui uma maior escalada dos conflitos comerciais e fraqueza nos mercados emergentes, em particular na China. Na Europa, devemos ficar atentos a um possível “não-acordo do Brexit”, à incerteza política e ao possível retorno do ciclo soberano-bancário”.

Apesar do relatório de Bruxelas salientar que “a economia europeia deverá continuar a expandir pelo sétimo ano consecutivo em 2019, com o PIB real a crescer em todos os Estados-Membros da UE”, realça que o risco das medidas protecionistas e o abrandamento da economia e do comércio global pode revelar-se mais persistente do que o esperado, “particularmente se a China desapontar”.

Desemprego deverá continuar a cair

O executivo comunitário antecipa que o desemprego continue a cair na União Europeia e na zona euro, numa altura em que “o desemprego na zona euro é atualmente  a taxa mais baixa desde 2008”. A CE estima que a taxa de desemprego na zona euro caia para 7,7% este ano e para 7,3% em 2020, fixando-se abaixo da registada antes do início da crise de 2007.

Já para a União Europeia, Bruxelas projeta uma taxa de desemprego de 6,9% este ano e 6,6% em 2020.

“Nos próximos dois anos, a taxa de crescimento do emprego deverá abrandar, à medida que o impacto do crescimento mais moderado tiver o seu reflexo e as medidas fiscais orçamentais em alguns Estados-Membros desaparecerem”, realça.

O Comissário para os Assuntos Económicos e Financeiros, Pierre Moscovici, sublinhou que “o crescimento continua positivo em todos os nossos Estados-membros e continuamos a ver boas noticias relativamente ao emprego, incluíndo aumento de salários”.

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