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Indústria musical lucra 17 mil milhões de euros em 2018. Metade das receitas vem do digital

Mercado de streaming, proveniente do Spotify e iTunes, apresentou um crescimento de 37% em 2018, sendo que 47% dos lucros totais vêm deste tipo de serviços com assinatura e anúncios pagos. De acordo com o relatório, existem cerca de 255 milhões de assinantes nestes serviços online.
7 Abril 2019, 11h00

A indústria musical conseguiu inverter a tendência onde se fixou e registou, em 2018, um crescimento perto dos 10%, escreve International Federation of the Phonographic Industry (IFPI) no seu relatório anual.

No mesmo relatório, que engloba as diversas produtoras internacionais, a IFPI revela que a indústria atingiu um novo recorde, com lucros de mais de 19 mil milhões de dólares (16,94 mil milhões de euros), contra os 18,4 mil milhões de dólares (16,4 mil milhões de euros) de 2017.

O mercado de streaming, proveniente do Spotify e iTunes, apresentou um crescimento de 37% em 2018, sendo que 47% dos lucros totais vêm deste tipo de serviços com assinatura e anúncios pagos. De acordo com o relatório, existem cerca de 255 milhões de assinantes nestes serviços online. 

Apesar de estar a crescer desde 2017, a indústria tem apresentado uma tendência: o aumento da música latina. Em 2017, “Despacito”, de Luis Fonsi, dominou o mundo, e já conta com mais de seis mil milhões de visualizações na plataforma Youtube. Em 2018, “Havana” de Camila Cabello mostrou as suas raízes latinas e com 19 milhões foi o single mais vendido do mundo.

Na plataforma de streaming Spotify, em 2017 apenas constava um latino: Daddy Yankee. No ano passado, na categoria de hip-hop, três latinos mereceram destaque no top10, sendo que J Balvin, Ozuna e Bad Bunny contam com diversas colaborações norte-americanas. Camila Cabello ficou no quinto lugares de mais ouvidas, e Cardi B, de origem dominicana, ficou em terceiro lugar.

Ainda assim, não é só a música latina que tem dado o ar de sua graça nos tops mundiais. A música coreana, mais conhecida por K-Pop, tem crescido a passo acelerado. A banda BTS aparece no relatório como a segunda banda mais ouvida, sendo apenas ultrapassada por Drake, e volta a aparecer nos discos mais ouvidos com “Love Yourself: Answer”, com 2,7 milhões discos vendidos, e “Love Yourself: Tear” com 2,3 milhões de compras.

A música europeia, apesar de representar menor destaque, também apresenta algum crescimento, sendo que Ed Sheeran aparece duas vezes nos singles mais vendidos com “Shape Of You” (14,9 milhões) e “Perfect” (13,5 milhões). O francês Johnny Hallyday, que morreu em 2017, aparece nos álbuns mais vendidos, com 1,7 milhões.

No entanto, existe um problema que se tem vindo a verificar ao longo dos anos. A venda de discos físicos caiu 10,1% em 2018, mas continua a representar um quarto dos lucros da indústria musical, com 24,7%. Ainda assim, nos mercados indianos cresceu 21,2%, no Japão cerca de 2% e na Coreia do Sul apresentou um aumento de 28,8%, contrariando a tendência.

O vinil, por sua vez, continua em crescimento apresentando uma evolução de 6% no 13º ano consecutivo. O streaming continuou a crescer e apresentou, em 2018, valor de 8,9 mil milhões de dólares (7,94 mil milhões de euros). As vendas digitais subiram 21,1%, com lucros de 11,2 mil milhões de dólares (9,99 mil milhões de euros).

O mercado norte-americano continua a ser o número um, com a aproximação japonesa em segundo lugar e Reino Unido no terceiro lugar do pódio. A América Latina apresentou o maior crescimento com 16,8%, destacando o Brasil, México e Colômbia. A Ásia e Austrália apresentaram um aumento de 11,7%, com destaque da Coreia do Sul (17,9%), Austrália (11%) e Japão (3,4%).

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