A inflação alemã abrandou para um mínimo de quatro meses em março, caindo marginalmente em relação ao mês anterior para 2,2% e ficando assim abaixo das projeções de mercado de 2,4%. Os serviços foram os principais responsáveis por esta evolução, isto apesar de as expectativas de preços de venda das empresas se manterem largamente inalteradas.
A inflação homóloga de março recuou para 2,2% com o subindicador referente aos serviços a abrandar 0,4 pontos percentuais (p.p.) para 3,4%, o que ajuda a explicar esta descida. Em cadeia, os preços subiram 0,3% em média, abaixo dos 0,4% projetados pelo mercado, e o indicador subjacente caiu 0,2 p.p. para 2,5%, a leitura mais baixa desde junho de 2021.
Estes números surgem numa altura em que a Alemanha enfrenta, por um lado, as ameaças de tarifas vindas dos EUA, mas, por outro, ganha margem de manobra com a reforma do travão constitucional da dívida.
Sendo um dos países mais assentes num modelo exportador na Europa, a maior economia do bloco está particularmente exposta a possíveis barreiras à entrada nos EUA, o que terá efeitos no seu crescimento. Com Washington particularmente focada no sector automóvel, um dos nucleares da economia germânica, estes impactos arriscam ser ainda maiores.
Em sentido inverso, o país conseguiu recentemente alcançar um acordo no Parlamento para reformar o travão constitucional da dívida, uma restrição que há muito pesava na capacidade alemã de investir, levando à degradação da sua infraestrutura. Com o acréscimo de despesa agora permitido, a economia deve crescer mais 0,5 a 1,5 p.p., segundo os analistas.
As expectativas de inflação na Alemanha continuam, contudo, elevadas e acima do pretendido pelo Banco Central Europeu (BCE), de acordo com o instituto Ifo. A tendência na maioria dos sectores é para subir preços, com o retalho e os bens de consumo à cabeça, enquanto a construção e indústria reportam menos pressão.
Com base nestes indicadores de projeção, o responsável pelas previsões do Ifo, Timo Wollmershäuser, projeta que a inflação se mantenha em torno de 2% nos próximos meses, embora ligeiramente acima deste valor que corresponde também ao objetivo de médio-prazo do BCE.
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