A inflação na região semiautónoma chinesa de Hong Kong voltou a desacelerar em fevereiro, mês em que a China continental caiu em deflação pela primeira vez em mais de um ano, foi hoje anunciado.
O índice de preços no consumidor (IPC) subiu 1,4% em fevereiro, em relação ao período homólogo, informou o Departamento de Censos e Estatística (CSD, na sigla em inglês) de Hong Kong. Em janeiro, a inflação fixou-se em 2%.
Num comunicado, o CSD justificou a desaceleração com o impacto da variação do Ano Novo Lunar, “em particular nos preços dos alimentos e nos custos dos pacotes turísticos”.
O período do Ano Novo Lunar, o maior movimento de massas do mundo, é a principal festa tradicional das famílias chinesas e acontece em janeiro ou fevereiro, consoante o calendário lunar.
Este ano, a chamada ‘semana dourada’, um período de feriados na China continental, celebrou-se entre 28 de janeiro e 04 de fevereiro, enquanto em 2024, esta época alta para o turismo em Hong Kong aconteceu totalmente em fevereiro.
“Para neutralizar o efeito do Ano Novo Chinês”, o CSD sublinhou que a inflação homóloga para os dois primeiros meses de 2025 fixou-se em 1,7%, mais elevado do que em dezembro (1,4%).
O CSD recordou ainda que entrou em vigor em janeiro um aumento de 10% na renda da maioria dos residentes em habitações públicas em Hong Kong, cidade vizinha de Macau.
Um porta-voz do Governo local defendeu que a inflação foi modesta em fevereiro e acrescentou que, no geral, “as pressões sobre os preços de vários componentes principais permaneceram amplamente contidas”.
Num comunicado, o porta-voz previu que a inflação “deverá manter-se moderada a curto prazo”, mas admitiu que “as incertezas decorrentes das tensões geopolíticas e dos conflitos comerciais continuam a exigir atenção”.
No início de fevereiro, o novo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma tarifa adicional de 10% sobre as importações de Hong Kong e da China continental.
Na China, de longe o principal parceiro comercial de Hong Kong, o IPC caiu 0,7% em termos anuais em fevereiro, com o país a sofrer uma deflação (queda anual nos preços no consumidor) pela primeira vez desde janeiro de 2024.
A deflação reflete debilidade no consumo doméstico e no investimento e é particularmente gravoso, já que uma queda no preço dos ativos, por norma contraídos com recurso a crédito, gera um desequilíbrio entre o valor dos empréstimos e as garantias bancárias.
Na segunda-feira, depois do anúncio de que a China tinha voltado a cair em deflação, o Conselho de Estado, o executivo chinês, anunciou medidas para revitalizar o consumo interno.
O plano centrar-se-á no aumento dos rendimentos, na estabilização do setor imobiliário e do mercado bolsista e na melhoria dos serviços médicos e de pensões, embora as autoridades tenham fornecido poucos pormenores, durante uma conferência de imprensa em Pequim.
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