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Inflação em São Tomé e Príncipe desacelera para 9,9% em abril

O Banco Africano de Desenvolvimento pronunciou-se, esta terça-feira, sobre o que espera ser uma evolução “cautelosamente positiva” da economia são-tomense, prevendo um crescimento de 2,7% este ano e de 4,4% em 2026
28 Maio 2025, 09h26

A taxa de inflação homóloga em São Tomé e Príncipe fixou-se nos 9,9% em abril, desacelerando expressivamente face aos 19,2% do mesmo mês de 2024, de acordo com o mais recente boletim do Instituto Nacional de Estatística (INE) daquele país.

No que diz respeito à variação mensal, está em causa uma subida de 0,4 pontos percentuais (p.p) em abril para 0,9%.

Os dados recolhidos pelo gabinete são-tomense apontam, ainda, para uma taxa de inflação acumulada de 3,3%.

Olhando de novo para a variação anual dos preços, os produtos alimentares e bebidas não alcoólicas (8,1%), as bebidas alcoólicas e narcóticos, e a habitação, energia e combustível, também com 0,4%, e o vestuário e calçado (0,2%) foram os que mais peso tiveram para a variação da taxa.

Quanto à variação mensal do Índice de Preços no Consumidor (IPC), a classe da restauração, hotéis, cafés e similares contribuiu com 1,1%, seguida da dos produtos alimentares, bebidas não alcoólicas (1%), lazer, desporto e cultura (0,8%), habitação, energia e combustível (0,6%), vestuário e calçado (0,3%) e educação (0,3%). Discriminando por produto, a galinha de terra (31,9%) e a couve (23,8%) protagonizaram as maiores subidas do índice em abril.

Em contracorrente estiveram as classes do transporte (-1,5%), mobiliários e artigos de decoração (- 0,3%) e bens e serviços diversos (- 0,1%).

O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) pronunciou-se, esta terça-feira, sobre o que espera ser uma evolução “cautelosamente positiva” da economia são-tomense, prevendo um crescimento de 2,7% este ano e de 4,4% em 2026, assinalando que os preços deverão manter o trajeto de descida. Em 2024, a taxa de inflação fixou-se em 14,5%.

“A inflação deverá continuar a descer e atingir 7% até 2026, o que melhorará o poder de compra das famílias”, previu o BAD.

Do lado do Fundo Monetário Internacional (FMI), Thibault Lemaire alertou que a crise comercial global deverá agravar o problema da elevada inflação em São Tomé e Príncipe. “As recentes crises perturbam a cadeia de abastecimento, aumentando os preços dos produtos de base e, consequentemente, as pressões sobre a inflação” do país, disse o economista à agência Lusa após os Encontros anuais da Primavera do Banco Mundial e do FMI, em Washington, no final de abril. Para Lemaire, controlar a subida dos preços, que o FMI prevê que seja de 9,6% em 2025, apresenta-se como “um desafio importante” para o país.

“A inflação é muito elevada, São Tomé e Príncipe tem registado progressos notáveis no controlo da inflação, com implementação do regime de paridade fixa com o euro. A inflação tem-se mantido elevada devido a fatores como a fraca disciplina orçamental, a fraca capacidade produtiva interna, que torna os produtos internos menos competitivos face aos importados”, analisou o economista do FMI.

Em março, aquando do debate do Orçamento Geral do Estado (OGE), o primeiro-ministro Américo Ramos estimou que a inflação no país, que no final do ano atingiu os 11,6% (inflação acumulada), deverá “desacelerar para 6,9% em termos homólogos”.

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