A nova grelha do Porto Canal avança a 15 de março e incluirá o reforço da parceria com a Medipro, revelou ao Jornal Económico o administrador-executivo do canal, Manuel Tavares, antigo diretor do “Jornal de Notícias” e do desportivo “O Jogo”, que também passou, como jornalista, pelo “Expresso” e pelo “Público”. O processo que agora vai dar origem a uma nova programação, no único canal nacional que emite a partir da cidade do Porto, resulta de um estudo levado a cabo nos últimos dois anos, sobretudo a partir dos resultados de experiências próximas, como é o caso das televisões regionais da Galiza e da Catalunha.
Tiago Girão, jornalista cuja carreira passou pela Euronews e SIC antes do Porto Canal, mantém-se como diretor de informação depois de ter rendido no cargo, há algumas semanas, Juca Magalhães. O diretor de programas é Francisco de La Fuente, coadjuvado por Juan Figueroa, ambos quadros da Mediapro.
Orçamento de 7 milhões
“A importância da informação local e do desporto ao vivo são os dois eixos principais que vão conduzir a nova programação”, explica Manuel Tavares, que assegura que o Porto Canal se vai manter dentro dos limites do orçamento já anteriormente estabelecido, “sete milhões”, cinco dos quais provenientes do acordo em vigor com a MEO e os outros dois de publicidade. É com este orçamento que conta para continuar o objetivo estratégico do canal: consolidar a ideia do FC Porto clube da região.
Os novos espaços
Tiago Girão, o diretor, explica os grandes eixos da nova programação: “Temos, de segunda a sexta, quatro momentos principais: a ‘Manhã informativa’, das 8 às 10.30 h, também com as informações habituais, que vão da meteorologia ao trânsito; o ‘Viver Aqui’, à tarde, durante quatro horas e sempre com cinco equipas de reportagem no terreno, a partir de Guimarães, Braga, Mirandela, Porto e Penafiel, com o intuito de mostrar o que se está a passar na região, sem convidados – só o “pivot” em estúdio e as nossas gentes em direto, entrecortado com as notícias, quando as houver; e, a terminar, a ‘Noite Informativa’, das 22 às 00.30 h”. Pelo meio, e sempre que se justificar, haverá o espaço ‘Universo FC Porto’, com transmissões diretas e outros programas.
É no espaço da noite, período bom no cabo, que o Porto Canal, a par do ‘Viver Aqui’, volta a apostar forte. “Haverá uma hora de boa informação e uma outra de debate específico por dia: Território, Política, Centralismo, Economia e Saúde e Justiça”, explica Tiago Girão, que também levanta o véu sobre dois dos nomes fortes desse espaço, “Pedro Bragança, arquiteto, à segunda e Daniel Deusdado, jornalista, à sexta”. Os outros nomes não estão ainda fechados. Mas Manuel Tavares acrescenta que o canal pretende revelar “gente emergente, jovem, com pensamento consolidado nas mais variadas áreas”, a par de outros que irão continuando a passar regularmente pela antena, como Cristina Azevedo, que presidiu à Guimarães-Capital Europeia da Cultura e foi vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), António Ferreira, ex-presidente do Hospital de São João, do Porto, Alberto de Castro, professor da Universidade Católica ou Rui Moreira, presidente da CM do Porto.
Desporto ao fim de semana
O fim de semana vai viver, sobretudo, das transmissões do FC Porto, futebol e modalidades, sendo que à noite o espaço informativo terá uma aposta específica: uma hora de discussão sobre o desporto, nomeadamente o futebol. Haverá imagens a servir de base à discussão. E, como nos outros dias, este período abre com uma hora de informação.
A produção própria vai andar muito perto dos 100% e continuará a ser emitida dos dois estúdios: na Senhora da Hora, em Matosinhos e no Estádio do Dragão/Pavilhão Dragão Caixa. É deste último que são emitidos os programas de entretenimento e os espaços relacionados com o universo do FC Porto.
A estrutura acionista
O Porto Canal, presente nas quatro grandes plataformas de cabo (MEO, NOS, Vodafone e Nowo), é detido pela empresa ‘Avenida dos Aliados’, pertença do Grupo FC Porto, e conta no seu tecido acionista com os espanhóis da Medipro, especializado na produção e distribuição audiovisual, sobretudo na área das transmissões desportivas. A Mediapro possui cerca de 17% do capital da ‘Avenida dos Aliados’. O FC Porto, através da FC Porto SAD, detém a esmagadora maioria da empresa (83%) que, como todas as do universo FC Porto, é presidida pelo líder do clube, Jorge Nuno Pinto da Costa.
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