O líder da Iniciativa Liberal Madeira, Nuno Morna, mostrou-se disponível para o diálogo com o executivo madeirense depois da reunião que se realizou na segunda-feira com o intuito de se chegar a um novo Programa de Governo que esteja em condições de ser aprovado pela Assembleia Regional.
O executivo madeirense, representado pelo secretário regional da Educação, Jorge Carvalho, pelo chefe de gabinete do presidente do Governo Regional, Rui Abreu, e pelo secretário regional das Finanças, Rogério Gouveia, esteve reunido com todos os partidos com assento parlamentar, na segunda-feira, com exceção do PS e o JPP, que rejeitaram o convite, para negociar a aprovação do Programa do Governo.
“Fizemos uma reunião em conjunto, cada um disse ao que vinha, muito rapidamente, na perspetiva de que temos uma postura, ao contrário de outros, dialogante e na possibilidade de podermos nos ouvir e ouvir os outros e foram marcadas reuniões parciais com cada um dos partidos”, indicou Nuno Morna, no final do encontro, em declarações aos jornalistas.
A IL apresentou-se na reunião com uma “postura de diálogo, de abertura”, estando disponível para haver cedências de ambos os lados e “fazer aquilo que devia ter sido feito no início e não foi feito, que é falar com as diferentes forças políticas, no sentido destas apresentarem aquilo que são as suas ideias”, realçou o deputado liberal.
De acordo com Nuno Morna, a reunião serviu para definir uma metodologia de trabalho, tendo ficado agendadas reuniões com os partidos com assento parlamentar, à exceção do PS e do JPP, para quarta e quinta-feira.
Sobre o sentido de voto das forças políticas, o deputado disse que isso não esteve em questão neste encontro.
“Os partidos que estiveram presentes disseram que estão na disponibilidade de conversar para enriquecer e apresentar as suas propostas em relação ao Programa do Governo”, acrescentou.
“A política é isto, a política é diálogo. Por maiores que sejam as diferenças, e nós temos diferenças brutais com o partido do Governo, nada pode impedir que sejamos dialogantes e que as diferentes partes conversem umas com as outras”, reforçou Nuno Morna.
Na quarta-feira, o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, anunciou a retirada do Programa do Governo da discussão que decorria no parlamento madeirense, com votação prevista para o dia seguinte, quinta-feira.
O documento seria chumbado, uma vez que PS, JPP e Chega, que somam um total de 24 deputados dos 47 que compõe o hemiciclo, anunciaram o voto contra.
Nas eleições regionais antecipadas de 26 de maio, o PSD elegeu 19 deputados, ficando a cinco mandatos de conseguir a maioria absoluta (para a qual são necessários 24), o PS conseguiu 11, o JPP nove, o Chega quatro e o CDS-PP dois, enquanto a IL e o PAN elegeram um deputado cada.
Já depois das eleições, o PSD firmou um acordo parlamentar com os democratas-cristãos, ficando ainda assim aquém da maioria absoluta. Os dois partidos somam 21 assentos.
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