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Investidor norte-americano diz que não comprou ações do Benfica, mas assume negociações com ‘rei dos frangos’

Depois de a CMVM vir a público dizer que existem “fortes indícios” que José António dos Santos terá chegado a acordo com John Textor para lhe vender 25% da Benfica SAD, o norte-americano diz que houve negociações, mas que não foi fechado um acordo.
12 Julho 2021, 14h38

O investidor norte-americano interessado em entrar no capital da Benfica SAD veio a público dizer que não comprou ações do Benfica, mas que esteve em negociações com o empresário José António dos Santos para este efeito.

A CMVM disse hoje que considera que existem “fortes indícios” que o empresário conhecido por ‘rei dos frangos’ chegou a acordo com John Textor para lhe vender 25% do capital da Benfica SAD. A CMVM também suspeita que José António dos Santos já detém 25% da SAD encarnada, mas que esta operação ainda não foi comunicada ao mercado.

“Nunca negociei ou cheguei a acordo para comprar ações do Benfica com ninguém, além do sr. dos Santos, nem comprei ações (diretamente ou indiretamente) no mercado aberto”, disse John Textor em comunicado divulgado esta segunda-feira, 12 de julho.

“O senhor dos Santos foi me apresentado, não pela liderança do Benfica, mas por uma instituição de banca de investimento sediada em Londres com quem discuti regularmente oportunidades de investimento, nomeadamente na indústria desportiva”, acrescenta.

“Não comprei ações do Benfica. Tenho disfrutado das conversas com o fã devoto do Benfica, sr. José António dos Santos. Acredito que ele ama o seu clube e que ele me vê como uma pessoa com o coração certo e experiência certa para avançar na missão da comunidade do Benfica”, segundo o comunicado.

John Textor diz que, perante as notícias mais recentes, está agora a “avaliar” se vai comprar ações do Benfica. “Obviamente, tenho de avaliar a mudança notável nas circunstâncias à medida que avalio a minha oportunidade”.

Em comunicado divulgado pelas 9h00 desta segunda-feira, o regulador de mercado disse que tem “estado a proceder a averiguações no sentido de assegurar a disponibilização ao mercado de toda a informação relevante relativamente à governação e à estrutura acionista atual da Benfica SAD”.

Por isso, pediu “esclarecimentos” a Luis Filipe Vieira, José António dos Santos, John Textor, José Guilherme, Quinta de Jugais e ao Sport Lisboa e Benfica.

“Das diligências efetuadas pela CMVM junto dos titulares de participações qualificadas conhecidas do mercado e de outros interessados, apurou-se a existência de contratos referentes à transmissão de ações cujas consequências em sede de imputação de direitos de voto não foram dadas a conhecer ao mercado. Emergem, assim, dúvidas quanto à transparência das referidas participações qualificadas e, em particular, quanto à atual definição da estrutura acionista da Benfica SAD”, declara o regulador.

A CMVM explica que “existem fortes indícios de que o acionista José António dos Santos, a quem eram imputáveis cerca de 16% do capital social da Benfica SAD, celebrou contratos promessa de compra e venda de ações, ainda que sujeitos a condição suspensiva, com outros titulares de participações qualificadas, que elevam a sua participação qualificada para medida superior a 20% e que poderão ter como efeito a redução muito significativa ou extinção da participação qualificada desses acionistas (entre os quais José da Conceição Guilherme e Quintas dos Jugais, Lda)”.

Em paralelo, “existem fortes indícios de que José António dos Santos celebrou um acordo de compra e venda com um terceiro, John Textor, tendo por objeto a alienação de uma participação de 25% que José António dos Santos reuniria”.

“Nenhuma das referidas transações foi objeto de comunicação ao mercado”, disse a CMVM.

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