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Investigadora teme legislação mais dura sobre migrações com novo governo

Para a investigadora do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, “ficou claro que o consenso político que existia em Portugal sobre a imigração é um problema que não foi quebrado”.
23 Março 2024, 20h49

A investigadora em migrações Thais França considera que o resultado das últimas eleições legislativas em Portugal, com uma vitória da direita e o crescimento do Chega, mostrou que o tema deixou de ser consensual.

Para a investigadora do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, “ficou claro que o consenso político que existia em Portugal sobre a imigração é um problema que não foi quebrado”.

“As declarações dos partidos de direita, incluindo o PSD sobre a imigração aumentar a criminalidade deixaram isso bem claro”, considerou a investigadora.

“Embora, tradicionalmente, o PSD tenha tido uma postura relativamente pacífica em relação a políticas e aos direitos dos imigrantes, é de se esperar que agora haja maiores restrições neste sentido”, considerou a investigadora.

Isto porque “os discursos anti-imigração ganharam alguma força durante essas eleições” e, no contexto europeu, a “implementação de políticas mais restritivas aos direitos dos imigrantes é uma tendência”.

A questão das migrações foi um dos temas de campanha e mais divisivos. Uma situação agravada pelas centenas de milhares de processos pendentes respeitantes a pedidos de manifestação de interesse, renovação de vistos, reagrupamento familiar ou processos de cidadania.

O governo socialista extingiu o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras no final de outubro e transferiu a avaliação e regularização dos casos na nova Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), um processo criticado por muitos partidos e pelos imigrantes que se queixam de mais atrasos no tratamento dos seus casos.

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