[weglot_switcher]

Investimento privado português deve ter expressão no Corredor do Lobito, defende ministro dos Transportes de Angola

Ministro dos Transportes de Angola convidou as empresas portuguesas a investir na super-estrutura que deverá mudar o perfil sócio-económico do país. “Intervenientes privados podem recorrer a mecanismos de financiamento para investimentos no corredor”, desafiou o governante do evento “Doing Business Angola”, uma organização conjunta do JE e Forbes África Lusófona.
Victor Machado
18 Junho 2024, 17h08

Ricardo Viegas d’Abreu, ministro dos Transportes de Angola, defendeu esta terça-feira que as relações comerciais entre Angola e Portugal deve ter como suporte o investimento privado português no país africano, com possível expressão no Corredor do Lobito. A afirmação foi feita no evento “Doing Business Angola 2024”, que teve lugar em Lisboa.

“As relações entre Angola e Portugal deviam ser suportadas no investimento privado português em Angola por exemplo no Corredor do Lobito, é algo que se pode discutir na próxima visita do Governo de Portugal a Luanda. Temos trinta anos de história neste percurso empresarial com Portugal”, destacou este governante.

O sector dos transportes foi especialmente focado no evento “Doing Business Angola 20242, evento que decorreu esta terça-feira em Lisboa e que resultou de uma organização conjunta do JE e da Forbes África Lusófona. A potencialização de super-estruturas como o Aeroporto Internacional de Luanda e do Corredor do Lobito foi analisada por especialistas nesta edição.

Nesta segunda edição do DBA foi analisado o potencial de Angola como porta de entrada para o espaço da SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral) e qual o papel que poderão desempenhar infraestruturas como o Corredor do Lobito e o novo aeroporto de Luanda. Foram ainda focadas as perspetivas económicas assim como os desafios do turismo e da hotelaria em Angola.

Sobre o sector dos transportes, o governante considerou que o mesmo “pode ajudar à diversificação da economia. Chegámos em 2019 e reabilitamos as estruturas destruídas pela guerra: portos, barragens, etc. Fizemos esse diagnóstico e quisemos garantir a capacidade de apoiar a economia doméstica e o grande desafio que é a mobilidade urbana potenciada pelo crescimento demográfico”.

“O projeto do Corredor do Lobito aproveita essa dinâmica porque integrámos essa estrutura no contexto da economia global, atraindo os grandes players internacionais por via das concessões: diversificámos as fontes de receita para o Orçamento Geral do Estado: 380 milhões de dólares de prémios de concessão e mais de 1500 milhões de euros de investimentos por parte dos concessionários”, revelou.

Defendeu o ministro que “todo este processo chama a atenção na comunidade internacional e entra nos holofotes internacionais para a transição energética e a segurança alimentar. Fruto dos acordos assinados, temos o Corredor de Desenvolvimento Económico do Lobito, um corredor tão estratégico com componentes tão competitivas, alterando a geoestratégia regional”.

“Temos esta agenda internacional muito forte com a ligação para a Zâmbia, mas não queremos só que seja extrativo, queremos um corredor que promova indústria e aí o sector privado joga um papel fundamental. Todos os intervenientes privados podem recorrer a mecanismos de financiamento para investimentos no corredor”, sublinhou Ricardo Viegas d’Abreu.

O ministro dos Transportes de Angola enalteceu o objetivo do Executivo no sentido de transformar Angola num hub “que seja importante para a região e para diversificar a economia angolana”. Realçou Ricardo Viegas d’Abreu que “recuando quinze anos da economia angolana, em 2009, estávamos a entrar no Banco Central de Angola, fruto de um processo de crise financeira internacional, que também afetou Angola.  Em seis anos, reestruturámos o Banco Central de Angola, a taxa de inflação chegou a um milagroso um dígito, algo que nunca mais conseguimos”.

“Todos sabemos que a economia angolana vai continuar a crescer. Este exercício de diversificação da economia, isto não cabe apenas ao Governo mas a outros sectores como o sector financeiro, por exemplo. Deve ser o potenciador de atividades fora do sector petrolífero.
Sabemos que vai haver uma crise cambial mas é preciso que cada um de nós faça o seu papel”, desafiou o ministro no “Doing Business Angola”.

RELACIONADO
Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.