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Irlanda acusa Boris Johnson de sabotar processo de paz

“Este é um ato unilateral e provocador, sem precedentes”, disse o ministro, acrescentando que o comunicado que a decisão servia para ajudar o Acordo de Belfast é “completamente falso e completamente errado”.
11 Setembro 2020, 14h33

O governo irlandês acusou o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, de tentar sabotar o processo de paz da Irlanda do Norte com um “ato provocativo unilateral”, tendo como base afirmações sobre o Acordo de Belfast, avança o “The Guardian”.

Apesar do acordo ter sido assinado em janeiro deste ano, as negociações do Brexit voltaram a ficar por um fio, depois do Reino Unido ter ameaçado não cumprir determinadas partes do acordo de saída da União Europeia. Thomas Byrne, ministro dos assuntos europeus da Irlanda, apontou que as alegações do governo britânico são “completamente falsas”, uma vez que o governo de Johnson afirmou estar a tentar proteger o processo de paz.

Nas últimas 24 horas, a relação entre o Reino Unido e a União Europeia piorou. O Reino Unido rejeitou as exigências de Bruxelas, onde a União Europeia pedia para retirar algumas partes do projeto de lei do mercado interno, algo que daria poder ao governo britânico para anular o protocolo com a Irlanda do Norte.

“É uma forma totalmente inaceitável de fazer negócios, e iríamos valorizar as relações de proximidade com a Grã-Bretanha. De facto, boas relações com a Grã-Bretanha são absolutamente essenciais para que o processo de paz funcione, bem como a falta de uma fronteira física e as boas relações no norte e entre o norte e o sul”, reforçou Thomas Byrne.

“Este é um ato unilateral e provocador, sem precedentes”, disse o ministro, acrescentando que o comunicado que a decisão servia para ajudar o Acordo de Belfast é “completamente falso e completamente errado”.

“Não é esperado que um dos lados [do acordo] decida simplesmente tirar o tapete e dizer que não, que vão mudar as coisas sem sequer consultarem”, aponta. O ministro dos assuntos europeus pediu que Boris Johnson repensasse a sua última decisão, de forma a “prevalecer o senso comum” num processo que demorou vários anos a ser conseguido.

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