O primeiro-ministro israelita compareceu esta segunda-feira no Tribunal Distrital de Jerusalém, no início da fase de pronúncia de um dos seus julgamentos, com o Ministério Público a acusar Benjamin Netanyahu de “um caso grave de corrupção governamental”.
Algures noutro lugar do país, o presidente Reuven Rivlin começava as audiências para avaliar quem deverá convidar para o cargo de primeiro-ministro.
A promotora estadual Liat Ben-Ari abriu os procedimentos judiciais com um discurso no qual expôs as acusações criminais contra Netanyahu, descrevendo as formas pelas quais o primeiro-ministro abusou, supostamente, dos poderes de seu cargo nos casos 1000, 2000 e 4000 – os nomes que foram dados aos processos.
Segundo a imprensa israelita, Bem-Ari disse que “é um caso é significativo e grave de corrupção governamental” com o uso do “imenso poder do seu cargo” para promover “os seus projetos pessoais”.
Netanyahu já anteriormente respondeu a estas acusações, afirmando não ter quaisquer culpas e estar a ser alvo de uma perseguição política.
Ben-Ari disse ao tribunal que Netanyahu agiu “para exigir e obter benefícios indevidos dos proprietários dos principais meios de comunicação em Israel, a fim de promover os seus assuntos pessoais, inclusivamente no momento em que queria ser reeleito”. Netanyahu “negociou o seu poder governamental com empresários dos media para que, quando precisasse, eles estivessem disponíveis e pudessem ajudar a ganhar eleições”.
As acusações contra o primeiro-ministro, acrescentou, “tratam do ponto de encontro, a intersecção, entre o desejo dos empresários de desfrutarem dos imensos poderes do primeiro-ministro e o desejo do primeiro-ministro de criar uma porta aberta para si mesmo para influenciar os media centrais de Israel”.
Ben-Ari afirmou que a acusação contra Netanyahu “é baseada numa ampla variedade de evidências, incluindo evidências diretas e circunstanciais” – com gravações de ligações telefónicas e mensagens de texto, entre outro material. Tudo isso irá provar clara e completamente o que está descrito na acusação”, disse.
Os advogados de Netanyahu tentaram levantar objeções após os comentários iniciais de Ben-Ari, mas os juízes rejeitaram-nas.
Netanyahu saiu logo após Ben-Ari terminar o seu discurso de meia hora, e antes do início do depoimento do ex-editor do site de notícias “Walla”, Ilan Yeshua, uma testemunha-chave no Caso 4000, o mais sério dos três casos contra Netanyahu. Yeshua disse ao tribunal que durante a sua passagem pelo Walla, foi instruído a minimizar artigos negativos sobre Netanyahu e a sua mulher Sara e a divulgar histórias que ajudassem o primeiro-ministro.
Entretanto, do lado de fora do tribunal, duas manifestações corriam em paralelo: uma contra e outra a favor de Benjamin Netanyahu.
Foi a terceira vez que o primeiro-ministro esteve no tribunal desde que as acusações foram levantadas, em janeiro de 2020.
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