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Já dizia Nietzsche, “sem música a vida seria um erro”

A temporada 2025/26 da Gulbenkian Música está prestes a começar. Intérpretes de excelência, claro, a par da grande música do mundo, dos grandes clássicos, do centenário de Pierre Boulez e das sonoridades do mundo, da Índia à Córsega.
7 Setembro 2025, 11h29

O manto verde que cobre a maior clareira do Vale do Silêncio, na fregesia dos Olivais, em Lisboa, será o palco de abertura da nova temporada, a 7 de setembro, pelas 18h30. O Coro e a Orquestra da Fundação Gulbenkian, dirigidos pelo maestro Pedro Neves, apresentarão um repertório festivo com obras de Wagner e Strauss, Verdi e Chostakovitch, passando por Copland e Morricone.

A última temporada sob a direção artística de Risto Nieminen, que passa o testemunho ao sueco Fredrik Andersson, contempla grandes obras sinfónicas sob a direção dos mais talentosos maestros da atualidade, como Hannu Lintu, Sofi Jeannin, Giancarlo Guerrero, Jukka-Pekka Saraste ou Juanjo Mena, numa programação composta por mais de uma centena de espetáculos, que terão o Coro e a Orquestra Gulbenkian como “pilares” essenciais.

Mitsuko Uchida, Christian Zacharias e Alexander Melnikov, Piotr Anderszewski e Javier Perianes, Isabelle Faust, Peter Mattei e os quartetos Leipzig, Modigliani e Quiroga são outros nomes a reter nos ciclos de Piano, Grandes Intérpretes e Música de Câmara. E como o desfile de virtuosos prossegue, destaque ainda para os “grandes intérpretes” desta temporada, designadamente os pianistas Grigory Sokolov, András Schiff e Elisabeth Leonskaja, o maestro Jordi Savall, os quartetos Belcea e Casals ou o ensemble Il Pomo d’Oro. Que traz à Gulbenkian, a 13 de outubro, Il combattimento di Tancredi e Clorinda, uma das composições de Monteverdi associadas à origem do ballet pós-renascentista e da ópera.

Ainda em outubro, a 8.ª de Chostakovitch será interpretada pela Orquestra Gulbenkian, com Amihai Grosz na Viola, e o pianista japonês Mao Fujita, revelação internacional dos últimos anos, fará a sua estreia portuguesa, interpretando compositores como Beethoven, Wagner, Alban Berg, Mendelssohn, Schönberg, Brahms e Liszt.

A tolerância e o esbatimento de fronteiras continua a ser a principal mensagem do consagrado músico Jordi Savall. Regressa à Gulbenkian a 22 de fevereiro, no âmbito do ciclo Grandes Intérpretes, com as suas formações Hespèrion XXI e Orpheus 21, no projeto “Um Diálogo de Almas”, reunião de músicos cristãos, judeus e muçulmanos em torno da música do Mediterrâneo e do Oriente, à semelhança do álbum editado em 2023. No Ciclo de Música de Câmara, destaque para o Quarteto para o Fim dos Tempos, de Olivier Messiaen, escrito no campo de concentração nazi Stalag XIII, em Gorlitz, e aí estreado em 1941, durante a Segunda Guerra Mundial. Será interpretado por Sharon Kam (clarinete), Liza Ferschtman (violino), Christian Poltéra (violoncelo) e Enrico Pace (piano), no dia 7 de abril, aproximadamente 85 anos depois da primeira audição.

Olhando para o século XX, haverá um ciclo de concertos de entrada livre que assinalam o centenário do nascimento de compositor e maestro francês Pierre Boulez. Bem como viagens por diversas geografias no ciclo Músicas do Mundo. Das Memórias do Afeganistão ao Mistério das Vozes Búlgaras, passando pela Música Tradicional Persa e Clássica Indiana, maio trará cantos tradicionais da Córsega e três séculos de Música Arménia. Sem esquecer a atuação da dupla franco-senegalesa Ablaye Cissoko & Cyrille Brotto, em novembro.

Para os indefetíveis da Metropolitan Opera de Nova Iorque fica a lista de óperas a transmitir: La Sonnambula de Vincenzo Bellini, La Bohème de Giacomo Puccini, Arabella de Richard Strauss, Andrea Chénier de Umberto Giordano, I Puritani de Vincenzo Bellini, Tristão e Isolda de Richard Wagner e Eugene Onegin de Piotr Ilitch Tchaikovsky.

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