Já é possível voar diretamente para o Japão a partir da Península Ibérica. A Iberia vai retomar os seus voos para o país do sol nascente, quatro anos depois de os ter cancelado devido à pandemia da Covid-19.
O voo entre os aeroportos de Barajas e de Narita vai ter a duração total de 14 horas, sem paragens, a bordo de Airbus A350-900, com capacidade para 330 passageiros. A Iberia conta com 16 destes aviões de longo curso na sua rota (a TAP não tem nenhum).
A companhia vai voar para o Japão todas as quintas-feiras, sábados e domingos, com os voos em sentido contrário a terem lugar todas as segundas e sexta-feiras e domingo.
Mas o espaço aéreo russo continua interdito? Exato. É por isso que o voo de regresso tem uma duração de 16 horas. É que a companhia tem de sair do Japão em direção a este, virar para norte e depois virar novamente para oeste e passar ao largo do norte da Rússia, via Alaska, ilhas Aleutas e Gronelândia, para depois descer para sul rumo a Madrid. (Alguns exemplos podem ser vistos infra)
Outra das razões importantes para o voo não se limitar a sair do Japão e a voar para oeste pelo mesmo caminho que fez desde Espanha é por causa dos ventos. O voo pelo norte conta com ventos mais favoráveis para voar de regresso à Europa, conforme disse a Iberia em dezembro de 2023 quando anunciou o regresso da rota.
Mas evitar a Rússia não é nenhuma novidade. Durante a Guerra Fria, as companhias europeias também não voavam sobre a União Soviética.
A companhia vai contar com uma tripulação alargada: dois comandantes, dois copilotos e 10 tripulantes de cabine, incluindo três japoneses.
Portugal não conta com nenhum voo direto para o Japão. O voo mais distante a sair de Lisboa ruma a Seul, na Coreia do Sul.
O A350conta com um alcance de 12.300 km, com a distância de voo entre Madrid a Tóquio a ser de 10.700 km.
A companhia espanhola, detida pela IAG (que está interessada na privatização da TAP), prevê que esta nova rota ajude a gerar 100 milhões de euros ao PIB de cada país, esperando a criação de 1.900 postos de trabalho diretos e indiretos.
“Oferecemos a única opção que liga diretamente, sem escalas, Espanha e o Japão, e já o fazemos três vezes por semana, com 90 mil lugares entre os dois países no primeiro ano de operação. A nossa ambição é aumentar as frequências de voo em 2025 e oferecer muitas mais possibilidades aos viajantes”, disse o presidente da Iberia Marco Sansavini, citado pelo “Cinco Dias”.
Voos entre a Europa e a Ásia. Com o espaço aéreo russo fechado, as companhias estão a voar mais a sul. Fonte: Flightradar
Voo da Japan Airlines entre Tóquio e Londres. O voo começa por deslocar-se para norte, passa ao largo do norte da Rússia, passa o Alaska e a Gronelândia e começa a descer para a Europa. Fonte: Flightradar
Voo Helsínquia-Tóquio. A Finnair usa a rota do Pólo Norte para voar entre a Europa e o Japão. Fonte. Flightradar
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