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Jaime Nogueira Pinto diz que “o conceito de racismo da deputada Joacine é importado dos Estados Unidos”

Nomes de Joacine Katar Moreira e André Ventura foram nomes referidos no segundo debate da Convenção da Europa e da Liberdade, no qual foi discutido o politicamente correto.
10 Março 2020, 18h01

“O conceito de racismo da deputada Joacine é importado diretamente dos Estados Unidos”, disse Jaime Nogueira Pinto no debate “A Ditadura do Politicamente Correto e o Domínio Cultural da Esquerda Radical”, da 2.ª Convenção da Europa e da Liberdade, que arrancou em Lisboa nesta terça-feira e encerrará na quarta-feira. O politólogo acredita mesmo que não existe racismo em Portugal.

“O ativismo passou também a ser urgente. Hoje em dia, todo o cidadão é um potencial informador instigado a comentar, a gravar e a reportar macro e miniagressões a minorias”, afirmou Jaime Nogueira Pinto. Tendo em conta a temática do politicamente correto, Nogueira Pinto referiu ainda o exemplo do cinema americano, mais especificamente da Disney, que baniu “alguns clássicos e os que não foram contém um aviso sobre preconceitos étnicos, raciais ou sexuais explícitos, preconceitos esses que só se reproduzem no filme original para que não se diga que nunca existiu”.

O nome de Joacine Katar Moreira voltou a ser mencionado no debate quando o investigador Pedro Picoito falou nas críticas que recebeu por ter escrito uma crónica relacionada com o comentário do deputado André Ventura sobre “devolver a deputada à sua terra”. Explicou que “neste caso implicava aceitar um comentário racista”. e aproveitou a intervenção para afirmar que ”o tempo mudou e mudou claramente pela ascensão do populismo”. “A direita está a cair numa armadilha”, advertiu.

Já a jornalista Helena Matos decidiu trazer ao debate a ideia de que atualmente estão a ser discutidos temas ultrapassados. Como exemplo, utilizou um comentário de Carlos Guimarães Pinto, durante o debate anterior, sobre a criação de quotas para estudantes mais carenciados nas universidades. “Porque se continua a falar de grandes desigualdades económicas quando houve a criação de outras desigualdades?”.

Por seu turno, a advogada Ana Pedrosa Augusto considerou que o politicamente correto “cria fracos”. “Estamos ofendidos com tudo, não conseguimos ver nada além de determinada ofensa. Vamos ser todos fraquinhos e isto mata os indivíduos, mata o pensamento”, defendeu. “Tenho medo do dia em que na lista de palavras politicamente incorretas venham a entrar as palavras aspirar, sonho e ambição”, completou.

Na última intervenção do debate, moderado por Pedro Boucherie Mendes, Andreia Enes Godinho admitiu que “o politicamente correto é uma forma de censura, que limita a minha liberdade pelo medo”. “Tenho medo do rótulo”, concluiu.

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