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Jerónimo de Sousa acusa PS de se unir ao PSD para perpetuar políticas centralistas

O PS “veio recentemente renovar a sua devoção à regionalização”, lembrou Jerónimo, considerando tratar-se “mais uma vez, de uma solução para a adiar”, e que “não é sério falar de descentralização quando se mantêm também as autarquias num lugar menor na gestão dos fundos comunitários, quando se consolida a centralização como método e critério crucial nessa gestão”.
4 Julho 2021, 17h50

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, acusou este domingo o PS de ser ter unido ao PSD para não avançar com a regionalização e perpetuar políticas centralistas em processos em que urge a descentralização.

“O chamado processo de democratização das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR)que uniu PS e PSD, não é mais do que uma manobra para iludir e justificar a ausência da regionalização, garantido a perpetuação de políticas centralistas e de comando sobre decisões e processos que reclamam uma participação efetivamente descentralizada”, afirmou Jerónimo de Sousa, num comício na Foz do Arelho, no concelho das Caldas da Rainha, no distrito de Leiria.

Perante dezenas de militantes e simpatizantes que este domingo participaram na “Festa de Verão”, que a CDU organiza todos os anos, o secretário-geral do PCP considerou a coligação como “a grande força de esquerda no poder local”, reafirmando que este “tem ainda por cumprir no seu edifício constitucional a criação das Regiões Administrativas, sucessivamente adiada pela mão de PS, PSD e CDS”.

O PS “veio recentemente renovar a sua devoção à regionalização”, lembrou Jerónimo, considerando tratar-se “mais uma vez, de uma solução para a adiar”, e que “não é sério falar de descentralização quando se mantêm também as autarquias num lugar menor na gestão dos fundos comunitários, quando se consolida a centralização como método e critério crucial nessa gestão”.

Na sua intervenção Jerónimo de Sousa voltou a defender o aumento da rapidez na vacinação contra a Covid-19 e a sublinhar os impactos da pandemia sobre a economia nacional.

“Os acionistas do conjunto das maiores empresas, designadamente NOS, Sonae, Brisa, Galp Energia, EDP, CTT, Jerónimo Martins e Corticeira Amorim, arrecadaram 7,4 mil milhões de euros de dividendos, mais 332 milhões do que em 2019”, disse, sublinhando que o país passou também a contar com mais 19 mil multimilionários.

Em contrapartida, acrescentou, há “400 mil novos pobres”.

No discurso em que expressou o temor de que “parte importante” dos recursos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) acabem a servir “para alimentar os lucros privados dos grupos económicos nacionais, mas também, de grupos económicos estrangeiros”, Jerónimo defendeu que “este não pode ser o caminho” e aludiu a soluções que têm sido propostas pelo PCP.

“O tempo é da política alternativa patriótica e de esquerda que o PCP propõe e protagoniza”, afirmou o líder do partido que, coligado com o partido ecologista “Os Verdes”, apresentou este domingo candidatos às 16 câmaras do distrito de Leiria e prometeu aumentar a participação em todas as freguesias.

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