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João Rodrigues Pena: “Deve haver incentivo fiscal à contratação de seniores”

O gestor João Rodrigues Pena destacou esta quinta-feira, em conferência do JE/Novobanco, a importância de estimular as empresas a contratar seniores e que se acabe com o estigma no recrutamento destes profissionais.
15 Maio 2025, 13h26

A criação de incentivos fiscais que estimulem a contratação de seniores por parte das empresas portuguesas deve ser acautelada pelo próximo Governo, de acordo com posição assumida pelo gestor, consultor e empresário João Rodrigues Pena no evento “Zona de Impacto Global”, que o JE organizou esta quinta-feira com o novobanco.

Este profissional que trabalha com empresas familiares há mais de trinta anos, integrou o painel intitulado ‘Demografia, negócios familiares e conspiração grisalha’, inserido na conferência “Zona de Impacto”, organizada pelo Jornal Económico, em parceria com o novobanco.

Sobre a experiência de mais de trinta décadas em processos de passagens de poder entre gerações em empresas de cariz familiar em Portugal, João Rodrigues Pena enaltece que já viu “um pouco de tudo” e deu o exemplo da Mota-Engil: “Há casos em que há uma consciencialização de que é necessário passar a pasta ao sucessor: aconteceu com a Mota-Engil. O Carlos Mota Santos é apenas o terceiro CEO. É o exemplo de um processo virtuoso. Há outros em que não é verdade e em que temos o ego do presidente a ser tão intenso que se coloca como obstáculo na transição”.

Ainda assim, destaca este gestor que “já passamos a fase em que é o fundador que faz as coisas como quer, agora há muito mais pressão dos acionistas. Nas empresas familiares há toda uma lógica de pensamento a longo prazo mas os acionistas querem saber quem vai tomar conta da empresa mais à frente e assim sucessivamente. A preparação a dez/quinze anos de gestão é fundamental”.

Sobre a política na contratação de profissionais seniores, João Rodrigues Pena considera que existe “um profundo estigma” não só neste tipo de contratações como também existem iniciativas por parte das empresas que acabam por forçar a saída deste tipo de quadros.

De acordo com a perceção deste empresário, este tipo de profissionais “ainda podem dar muito às empresas, não só pelo conhecimento que têm mas também pela experiência que aportam até nas relações humanas”.

“É consensual que há um papel dos seniores na vida económica do país. Os seniores têm que ter uma oportunidade cada vez maior. Há de facto um estigma sobretudo dos profissionais de recursos humanos e olham para a idade de forma estigmatizada. É algo que tem de acabar, tem que haver um esforço”, defendeu João Rodrigues Pena.

Este gestor deixa ainda um desafio ao próximo Governo: “O Estado deve ter um papel nos incentivos fiscais à contratação de seniores, é algo que está a ser feito nos EUA e Alemanha, até porque não há resposta suficiente no mercado de trabalho. Da mesma forma que precisamos de nepaleses a trabalhar na Comporta, precisamos dos seniores nas empresas portuguesas”.

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