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João Traça: “Financiamento tem que ir para diferentes tipos de investimento em Angola”

“É preciso perguntar se Portugal deve criar mecanismos para permitir investimento com outras características. Os financiamentos estão direcionados para o sector das obras públicas. Não devemos direcionar para a agricultura, a indústria?”, disse esta terça-feira o líder da Câmara de Comércio e Indústria luso-angolana no evento “Doing Business Angola”.
Victor Machado
18 Junho 2024, 12h46

João Traça, líder da Câmara de Comércio e Indústria Portugal Angola (CCIPA) defendeu esta terça-feira, no âmbito do “Doing Business Angola”, que o financiamento em Angola tem de ser canalizado para outros sectores económicos, além dos tradicionais. Evento contou com a organização conjunta do JE e da Forbes África Lusófona.

“Quando falamos no novo aeroporto de Luanda, no corredor do Lobito. Os resultados vão aparecer, há um problema que é o contexto atual. Os ciclos económicos em que Angola crescia, neste momento não estão lá. Um país não pode estar sempre a crescer aquele ritmo. A sua grande dependência do sector petrolífero tem um grande peso. Os países precisam de tempo para se recuperar, Angola precisa de tempo, com a ajuda de empresas portuguesas, com muito investimento”, começou por dizer João Traça, presidente do CCIPA.

“Não há investimento sem financiamento”, que pode vir das instituições internacionais como “Banco Europeu de Investimento (BEI), o Banco Mundial”, “mas é preciso perguntar se Portugal deve criar mecanismos para permitir investimento com outras características. Os financiamentos estão direcionados para o sector das obras públicas. Não devemos direcionar para a agricultura, a indústria? Se queremos diversificação, o financiamento tem que ir para diferentes tipos de investimento”, defendeu durante o evento Doing Business Angola 2024, organizada pelo Jornal Económico, que teve lugar em Lisboa.

João Traça também destacou que o sector petrolífero tem um “peso significativo”, e que as empresas portuguesas “não são as campeãs neste sector”, mas “em tudo o resto, as empresas portuguesas conseguem estar presentes. Têm uma enorme capacidade de conseguirem colaborar com empresas angolanas. E têm uma capacidade de conseguirem ter uma visão de presença em Angola de longo prazo”.

“A diversificação da economia de Angola acaba por acontecer com empresas portuguesas. As coisas vão mudar. No dia-a-dia se calhar não sentimos mudanças, mas Angola move-se. É uma realidade, um caso de sucesso”, rematou o líder da CCIPA.

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