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José Magalhães responde ao PSD-Seixal: “Sejam homenzinhos e tenham modos!”

Deputado socialista reage ao anúncio de que a concelhia do PSD vai apresentar uma queixa-crime por ter escrito que “cacetes terapêuticos” seriam a melhor resposta à “ação de marketing de guerrilha” que alterou alguns nomes de ruas do concelho. E garante que só quis apelar “ao reforço da dissuasão policial para evitar confrontos entre civis”.
José Magalhães
16 Agosto 2021, 18h22

O deputado socialista José Magalhães reagiu ao anúncio de que a concelhia do Seixal do PSD irá apresentar uma queixa-crime contra si, após ter inquirido num comentário no Facebook se “uns cacetes terapêuticos não resolveriam o problema” dos sociais-democratas desse concelho da margem sul do Tejo, aconselhando-lhes que “sejam homenzinhos e tenham modos”.

Em causa está aquilo que a própria concelhia social-democrata descreveu como uma “ação de marketing de guerrilha”, na qual cinco ruas do concelho tiveram os nomes substituídos na madrugada desta segunda-feira, com a “Rua do Movimento das Forças Armadas” a dar lugar à “Rua em Memória das Vítimas das FP-25 de Abril”, a “Rua Primeiro de Maio” a tornar-se “Rua 25 de Novembro” e, entre outras, a “Rua Marechal Humberto Delgado” a transformar-se em “Rua Major-General Jaime Neves”.

Perante isto, José Magalhães disse ao Jornal Económico que com o seu comentário apenas pretendeu apelar “ao reforço da dissuasão policial para evitar confrontos entre civis”, defendendo que “a terapia deve ser preventiva”.

“Se os desordeiros, ao chegarem ao lugar onde querem violar a lei, encontrarem a autoridade pública de olhos abertos e cacete à cintura, atrevem-se? Quem diz cacete diz algemas”, disse o deputado socialista, um dos decanos da Assembleia da República.

Além da queixa-crime contra José Magalhães, extensiva ao vereador comunista da Câmara de Odivelas, Rui Francisco, o qual escreveu no Facebook que “devíamos ir atrás desses pulhas e partir-lhes o focinho”, o PSD-Seixal exortou também o PS a retirar a confiança política ao deputado, argumentando que este demonstrou não ter a sensibilidade necessária para quem tem conduzido o dossier da Carta Portuguesa dos Direitos Humanos na Era Digital, que tem gerado acusações no seio da oposição de abrir a porta à promoção de censura nas redes sociais.

No comunicado dos sociais-democratas seixalenses é ainda referido o caso de João Soares, que deixou de ser ministro da Cultura no primeiro executivo de António Costa após ter prometido através do Facebook “salutares bofetadas” a Augusto M. Seabra e ao entretanto falecido Vasco Pulido Valente por terem publicado artigos muito críticos da sua atuação no Palácio da Ajuda.

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