O representante da República nos Açores, Pedro Catarino, indigitou o líder regional social-democrata José Manuel Bolieiro enquanto próximo presidente do governo regional dos Açores, considerando que o compromisso escrito com os deputados do Chega e da Iniciativa Liberal permite que a coligação formada pelo PSD, CDS-PP e PPM tenha maioria absoluta na assembleia legislativa regional, contando com 29 dos 57 lugares.
A decisão de Pedro Catarino, que põe termo a 24 anos consecutivos de governação socialista na região autónoma, foi justificada pelo facto de o PS, liderado pelo até agora presidente do governo regional Vasco Cordeiro, não ter conseguido fazer coligações ou acordos escritos de incidência parlamentar. Assim sendo, apesar de ter continuado a ser o partido mais votado, como sucede desde as eleições regionais de 1996, só conseguiu 25 deputados na assembleia legislativa regional, perdendo cinco em relação aos seus eleitos na anterior legislatura.
Pelo contrário, o PSD de José Manuel Bolieiro (com 21 eleitos) assegurou 26 mandatos ao chegar a um acordo político escrito válido para quatro anos com o CDS-PP (três deputados) e PPM (dois deputados), assegurando o representante da República que os três partidos estão “igualmente confiantes na solidez do acordo”. E foi deixada a garantia de “compromisso parlamentar estável” do Chega e da Iniciativa Liberal que se refletirá na aprovação do programa de governo, nos votos em moções de censura e votos de confiança, e na aprovação dos orçamentos regionais.
Por apurar está a forma como o programa de governo da coligação de direita irá conciliar as exigências deixadas pelo Chega e pela Iniciativa Liberal, que vão desde uma auditoria à governação socialista até à diminuição do peso do Estado na economia regional e à redução do elevado número de beneficiários do rendimento social de inserção.
Muito criticada pelos socialistas, nos Açores a nível nacional, está a ser o acordo entre o PSD e o Chega. No final da reunião da Comissão Política do PS, na qual foi aprovada liberdade de voto aos dirigentes e militantes nas presidenciais de 2021, António Costa considerou “um facto da maior gravidade” o acordo alcançado entre Rui Rio e André Ventura, a quem chamou “candidato da extrema-direita xenófoba”, acusando o líder social-democrata de “abrir a porta aos inimigos da democracia”.
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