O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, expressou ao Presidente da China, Xi Jinping, a “vontade inabalável” de aprofundar as relações entre os dois países, informou hoje a imprensa oficial norte-coreana.
De acordo com a agência de notícias KCNA, o dirigente norte-coreano declarou que “os sentimentos de amizade entre a República Popular Democrática da Coreia e a China não mudarão, aconteça o que acontecer no cenário internacional”.
“A vontade do Partido dos Trabalhadores da Coreia [partido único] e do Governo da RPDC [sigla oficial da Coreia do Norte] de desenvolver continuamente as relações com a China é inabalável”, afirmou Kim, durante o encontro bilateral realizado em Pequim, na quinta-feira.
No dia anterior, o líder norte-coreano reuniu-se, também na capital chinesa, com o Presidente russo, Vladimir Putin.
Horas antes, Kim participou, ao lado de Xi e Putin, no desfile militar realizado na Praça Tiananmen, em Pequim, por ocasião do 80.º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial no Pacífico – um gesto simbólico que gerou críticas do Ocidente.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, acusou os três líderes de “conspirarem contra os Estados Unidos”, enquanto a chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, classificou o encontro como um “desafio direto” à ordem internacional.
Ainda segundo a KCNA, Kim garantiu que Pyongyang continuará a apoiar “invariavelmente” os esforços da China para defender a sua soberania, integridade territorial e interesses nacionais.
Xi Jinping reafirmou que a vontade da China de aprofundar os laços com a Coreia do Norte “permanecerá inalterada, independentemente das mudanças no cenário global”.
“A amizade entre os povos da Coreia do Norte e da China permanece constante, independentemente das mudanças no mundo”, declarou Kim, elogiando ainda o “acolhimento caloroso” recebido em Pequim, de acordo com imagens divulgadas pela televisão estatal chinesa CCTV.
A reunião entre Kim e Xi foi a primeira desde 2019. Os dois países mantêm relações estreitas desde a Guerra da Coreia (1950-1953), na qual Pequim apoiou militarmente Pyongyang.
Apesar do apoio político, diplomático e económico da China ser crucial para o regime da Coreia do Norte, o crescente alinhamento de Kim com Moscovo, no contexto da guerra na Ucrânia, é visto com reservas por analistas chineses.
Kim chegou a Pequim na terça-feira, acompanhado pela filha, Kim Ju-ae, e pela irmã, Kim Yo-jong. Esta foi a sua segunda viagem ao estrangeiro em seis anos e a primeira à China desde 2019.
O comboio blindado do líder norte-coreano foi visto a abandonar Pequim na noite de quinta-feira.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com