As sanções ao Ocidente continuam este domingo com o canal BBC World News a ser o mais recente alvo do Kremlin. De acordo com o “The Guardian” a estação televisiva do grupo BBC viu a sua emissão ser cortada na Rússia, junta-se assim à lista de fontes de informação que foram bloqueadas desde o início da invasão russa à Ucrânia a 24 de fevereiro.
A repórter do canal britânico Victoria Derbyshire anunciou o corte da emissão da BBC World News no ar este domingo.
“A BBC World News, o canal onde pode ver as notícias fora do Reino Unido e que é o canal de notícias de televisão global da BBC, acaba de sair do ar na Rússia”, cita o jornal britânico as declarações da reporter. Porém, de acordo com uma fonte do grupo, o canal já não estará ativo desde este sábado, 5 de março.
O porta-voz do grupo lamentou a decisão, criticando o Kremlin por impedir que os russos acedam a notícias “imparciais e de confiança numa altura em que é mais necessário”.
Por sua vez, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova, já tinha acusado a BBC de desempenhar “um papel determinado em minar a estabilidade e a segurança russas”.
A medida vai em linha com as restrições impostas aos aos jornalistas do país. De acordo com as autoridades russas, quem publicar “notícias falsas” sobre a guerra arrisca-se a cumprir uma pena de até 15 anos. Recorde-se que a narrativa estatal “oficial” adotada desde o início da invasão à Ucrânia não se refere ao conflito como uma “invasão” ou “guerra”, mas sim uma “operação especial” para “desnazificar” a Ucrânia.
Face ao conflito e à punição agora decretada, várias estações televisivas decidiram suspender as emissões a partir da Rússia. Na semana passada, a CNN, a Bloomberg e a CBC/Radio-Canada foram as mais recentes a juntar-se à causa que começou com duas emissoras locais liberais, Ekho Moskvy and TV Rain, a saírem do ar na quinta-feira sob pressão de promotores que exigiram que o acesso fosse restrito devido à cobertura da guerra de Putin na Ucrânia.
Ao final do dia, os ‘sites’ da BBC, Deutsche Welle e Meduza, um grupo de media independente, também ficaram inacessíveis à semelhança das redes sociais Facebook e Twitter.
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