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Lares de idosos: “O Governo está a fazer pouco”, aponta líder do CDS-PP

“A negligência grosseira e a demissão de responsabilidades do Estado perante estas instituições, demonstra a decadência moral do estado a que chegámos nesta pandemia”, aponta Francisco Rodrigues dos Santos, destacando que 40% das mortes por Covid-19 tiveram lugar em lares de idosos.
11 Setembro 2020, 10h23

O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, considerou na noite de quinta-feira que “o Governo está a fazer pouco” para reverter a situação vivida nos lares de idosos, marcada pelo surgimento de surtos.

“Quarenta por cento das mortes por Covid-19 em Portugal ocorreram em lares de idosos. O Governo está a fazer pouco e a apoiar com meios muito escassos estas instituições, onde atualmente existem ainda setenta surtos ativos. Se o vírus é uma ameaça, a incompetência do governo também o pode ser”, escreveu Francisco Rodrigues dos Santos no Facebook.

“A negligência grosseira e a demissão de responsabilidades do Estado perante estas instituições, demonstra a decadência moral do estado a que chegámos nesta pandemia”, aponta o líder dos centristas que acredita ser “urgente equacionar um reforço dos meios financeiros do terceiro sector, onde várias instituições não têm verba para proceder à implementação das orientações da DGS”.

O CDS-PP também defende que “necessitamos de arrancar com um processo nacional de regularização mais célere e mais ágil dos lares ilegais e clandestinos que albergam cerca de trinta e cinco mil idosos, com um programa de verdadeiras brigadas de acompanhamento destas pessoas que aumente a vigilância e garanta a aplicação das normas de segurança”.

As críticas de Francisco Rodrigues dos Santos sucedem os comentários de António Lacerda Sales, secretário de Estado da Saúde,  na reunião da Comissão Permanente de quinta-feira, 10 de setembro. O governante defendeu que o executivo de António Costa cumpriu o dever de defesa dos idosos, em resposta às acusações do CDS-PP que é da opinião que as brigadas distritais de intervenção rápida chegaram atrasadas seis meses.

“Quando uma morte é uma morte a mais, o que os idosos precisam é de quem os defenda e foi isso que fizemos e é isso que continuaremos a fazer”, assegurou o secretário de Estado da Saúde que também sublinhou que “o Governo não esteve parado, as brigadas [de intervenção rápida] são apenas mais uma medida”.

A secretária de Estado da Ação Social também defendeu o trabalho do Estado e explicou que “não é apenas agora com as brigadas que estamos fazer substituição ou reforço de recursos humanos que escasseia numa situação de surto”, acrescentando que “através do IEFP “ao longo destes meses colocamos mais de 6800 pessoas em mais de mil instituições”.

Por sua vez, os centristas quiseram saber “como é que uma medida de emergência é tomada seis meses depois do problema começar?”.

“Passaram todos estes meses e infelizmente aquilo que na altura diziam os funcionários do lar de Vila Real, que era um pedido de ajuda, continua a ser algo que ouvimos em muitos lares por todo o país”, disse o deputado do CDS-PP João Almeida.

 

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