A poucos dias das legislativas de domingo ainda existem muitos portugueses no estrangeiro que não receberam o boletim para votar por via postal, disse hoje à Lusa o vice-presidente do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP).
Segundo Paulo Marques, existem várias situações que podem dificultar a votação dos portugueses que vivem no estrangeiro, nomeadamente a falta do boletim para voto postal e também a falta de inscrições nas listas eleitorais.
“Há quem esteja a aguardar os boletins e quem não esteja inscrito nas listas eleitorais, ou porque mudaram de morada, ou porque renovaram o seu Cartão do Cidadão em Portugal e não atualizaram o endereço”, disse Paulo Marques, que vive em França.
Este português recomenda que, para saberem que estão inscritos e para acompanhar o seu boletim de voto, os eleitores consultem o portal das comunidades.
Se na Europa existem estes casos, a situação é mais grave fora da Europa, conforme informação partilhada pelos conselheiros dos vários continentes.
O conselheiro das comunidades portuguesas em Timor-Leste, Filipe Silva, disse que na semana passada os boletins de voto enviados de Portugal para cidadãos portugueses residentes naquele país e que votam por via postal ainda não tinham chegado aos correios de Díli.
Filipe Silva referiu que, com estes atrasos, dificilmente os votos chegariam em tempo útil a Portugal.
Em Angola, os envelopes com os boletins de voto não chegavam aos destinatários, mas porque se acumulavam nas prateleiras dos postos dos correios à espera dos eleitores, constatou a Lusa numa ronda em Luanda.
O voto postal e o voto presencial são as duas modalidades possíveis para os cidadãos portugueses recenseados no estrangeiro exercerem o seu direito de voto, mas para votar presencialmente essa opção teria de ser feita junto da respetiva comissão recenseadora, até à data da marcação da eleição.
Para Paulo Marques, qualquer método de voto para cidadãos nacionais no estrangeiro dificilmente será perfeito, mas uma boa resposta poderá passar por várias alternativas, incluindo o voto eletrónico.
No voto postal, o Ministério da Administração Interna português envia o boletim de voto para a morada indicada no caderno de recenseamento. O eleitor recebe o boletim de voto e dois envelopes: um de cor verde e outro branco, que serão devolvidos ao Ministério da Administração Interna.
O eleitor tem de assinalar com uma cruz a opção de voto, depois dobrar o boletim de voto em quatro e colocá-lo dentro do envelope de cor verde, fechando-o. Introduz este envelope verde no envelope de cor branca, juntamente com uma cópia do cartão de cidadão ou do bilhete de identidade, e, depois de fechado, deve enviá-lo pelo correio antes do dia da eleição.
Para os círculos pela emigração portuguesa (Europa e Fora da Europa), estão recenseados 1.584.499 eleitores, mais 37.752 do que nas últimas legislativas.
Nas últimas eleições para a Assembleia da República, que se realizaram no ano passado, o PS e o Chega obtiveram um deputado cada pelo círculo da Europa, enquanto a Aliança Democrática (AD) e o Chega obtiveram um deputado cada pelo círculo Fora da Europa.
Para o sufrágio de 18 de maio existem 36 candidaturas – 18 para a Europa e 18 para Fora da Europa.
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