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Leitão Amaro reconduzido como rosto do Governo e responsável pelas migrações

Na qualidade de coordenador político do Governo, abordou vários temas, muitos deles ligados à gestão parlamentar e à administração interna.
IRS Jovem
JOÃO RELVAS/LUSA
5 Junho 2025, 08h49

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, que se tornou rosto e porta-voz do Governo e ganhou projeção com a pasta da imigração, foi hoje reconduzido no cargo no XXV Governo Constitucional.

O governante foi o rosto das alterações da política migratória em Portugal, em particular o fim da manifestação de interesse (um recurso jurídico que permitia a regularização de imigrantes sem vistos de trabalho e que teve um efeito de chamada de estrangeiros) e a criação de uma estrutura de missão para gerir os milhares de processos de migrantes pendentes.

Nesta pasta sensível e que marcou o debate público, Leitão Amaro criticou o Governo socialista anterior por ter uma política de “portas escancaradas”, mas rejeitou sempre as propostas de fecho de fronteiras por parte da extrema-direita, defendendo humanismo na entrada.

Na qualidade de coordenador político do Governo, abordou vários temas, muitos deles ligados à gestão parlamentar e à administração interna.

Já depois das eleições de 18 de maio, buscas da Judiciária por suspeitas de corrupção em concursos para aquisição de helicópteros envolveram uma empresa do cunhado de Leitão Amaro.

Após a operação policial, o ministro referiu que pediu sempre escusa em Conselho de Ministros quando eram discutidas pastas relacionadas com o tema dos incêndios.

António Egrejas Leitão Amaro nasceu em 2 de abril de 1980, no Caramulo, concelho de Tondela.

É vice-presidente do PSD desde 2022, na direção de Luís Montenegro, docente de Finanças Públicas na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e na Católica Global School of Law e presidente da Assembleia Municipal de Tondela.

Foi secretário de Estado da Administração Local no Governo PSD/CDS-PP liderado por Pedro Passos Coelho e deputado nas XI, XII e XIII legislaturas, tendo sido vice-presidente da bancada nas direções lideradas por Luís Montenegro, Hugo Soares e Fernando Negrão.

Licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa, tem um mestrado em Direito (LLM) pela Harvard Law School da Universidade de Harvard e completou o doutoramento em Direito sobre a Independência dos Bancos Centrais, Política e Democracia.

Ser ministro retirou-lhe tempo para ‘hobbies’ como a corrida (já fez uma maratona) e o surf, ou para viajar, depois de já ter dado uma volta ao mundo em oito meses.

Nas disputas internas recentes, apoiou em 2018 Rui Rio contra Pedro Santana Lopes, “em nome do reformismo”, mas nas diretas seguintes apoiou Luís Montenegro contra o antigo presidente da Câmara Municipal do Porto, por entender que seria um melhor primeiro-ministro.

Em 2019 deixou o parlamento por decisão própria, precisamente com a intenção de completar o doutoramento pela Universidade Católica, mas regressou à primeira linha da atividade política com a eleição de Montenegro como presidente do PSD.

A proposta de nomeação de Leitão Amaro consta de uma nota no portal da Presidência da República, divulgada após o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, ter aceitado a lista de ministros do XXV Governo Constitucional entregue pelo primeiro-ministro indigitado, Luís Montenegro.

Luís Montenegro e os ministros do XXV Governo Constitucional deverão tomar posse na quinta-feira.

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