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Líderes mundiais afirmam compromisso com combate global às alterações climáticas

Intervindo na Cimeira da Ambição Climática, que se realiza virtualmente, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apresentou a redução de emissões de gases com efeito de estufa em 55% até 2030 como o “novo cartão de visita” da Europa, afirmando que a meta acordada na sexta-feira pelos líderes dos 27 parceiros europeus é o sinal para começar a “aumentar a ação climática”.
12 Dezembro 2020, 16h51

Líderes mundiais de vários continentes defenderam hoje a redução das emissões de gases com efeito de estufa como um esforço que tem que ser global, declarando a intenção de abandonar indústrias poluentes e mudar a produção de energia na próxima década.

Intervindo na Cimeira da Ambição Climática, que se realiza virtualmente, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apresentou a redução de emissões de gases com efeito de estufa em 55% até 2030 como o “novo cartão de visita” da Europa, afirmando que a meta acordada na sexta-feira pelos líderes dos 27 parceiros europeus é o sinal para começar a “aumentar a ação climática”.

No entanto, salientou que “essa não é uma tarefa só para a Europa”, um continente que é responsável por menos de 10% das emissões globais”.

O primeiro-ministro do Reino Unido, que organiza a cimeira com a França e as Nações Unidas, Boris Johnson, declarou que o seu país vai “tão cedo quanto possível” deixar de financiar projetos baseados em combustíveis fósseis fora do Reino Unido.

Admitiu “exceções limitadas” para centrais elétricas a gás, mas garantiu que os britânicos irão respeitar as premissas do Acordo de Paris, cortando os financiamentos que nos últimos quatro anos ascenderam ao equivalente a 23 mil milhões de euros.

“Se tomarmos medidas ambiciosas, criaremos empregos para o futuro, daremos impulso à recuperação pós-covid-19 e protegeremos o nosso planeta para as gerações futuras”, declarou Boris Johnson, reiterando o objetivo de o Reino Unido reduzir as emissões de gases com efeito de estufa em 68 por cento até 2030.

O presidente chinês, Xi Jianping, afirmou novas metas para a economia chinesa atingir até 2030, incluindo uma redução de 65% das emissões de dióxido de carbono por unidade do Produto Interno Bruto em relação a 2005 e um aumento de consumo de energia produzida a partir de fontes não-fósseis de 25%.

“O unilateralismo não nos levará a lado nenhum”, declarou, indicando ainda que a China tenciona atingir daqui a dez 1,2 mil milhões de quilowatts de produção de energia a partir de fontes solares e eólicas e aumentar a sua massa florestal em seis mil milhões de metros cúbicos.

Falando a partir do Vaticano, o Papa Francisco salientou que os efeitos das alterações climáticas no mundo têm “repercussões nas vidas dos mais pobres e mais fracos”, defendendo que é preciso “promover uma cultura de cuidado, de dignidade humana e de bem comum” que se traduza em estratégias para conseguir a neutralidade nas emissões.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, salientou que dos 108 mil milhões de euros acordados entre os parceiros europeus para a recuperação económica dos próximos anos, motivados pela crise da pandemia da covid-19, 30 mil milhões serão dedicados “ao desafio das alterações climáticas”.

A Cimeira da Ambição Climática é uma organização conjunta das Nações Unidas, França e Reino Unido, que no próximo ano receberá em Glasgow a Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas, em que serão revistos os compromissos nacionais dos países signatários do Acordo de Paris.

O objetivo do acordo é conter o aquecimento global até ao fim do século, impedindo que ultrapasse os dois graus centígrados a mais em relação à era pré-industrial mas apontando para que, idealmente, se situe em 1,5 graus.

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