A vice-presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Claudina Viegas, afirmou hoje que a organização teme pela vida do seu presidente que está a ser “alvo de perseguição” por parte da polícia e receia que possa ser assassinado.
A ativista, que falava numa conferência de imprensa, promovida pela Liga e um coletivo de advogados, assinalou estar em curso uma “caça ao homem” contra Bubacar Turé, que se encontra numa localidade do sul da Guiné-Bissau, em missão da organização.
De acordo com Claudina Viegas, a polícia está a patrulhar a zona do porto de Bissau, colocou um dispositivo da Guarda Nacional na estrada da localidade de Buba, no sul do país, e tem em permanência agentes à paisana nas imediações da residência de Bubacar Turé em Bissau.
Tudo isso, indicou Viegas, tem a “única intenção de sequestrar ou eventualmente assassinar” o presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, “um cidadão cujo endereço profissional e pessoal é amplamente conhecido”, disse.
Bubacar Turé viu-se envolvido numa polémica com as autoridades guineenses depois de ter denunciado que “todos os doentes em tratamento de hemodiálise no Hospital Simão Mendes, de Bissau, morreram”.
Essa informação foi desmentida na quinta-feira pelo diretor dos serviços de nefrologia do hospital, Nelson António Delgado, numa conferência de imprensa conjunta com o diretor do Simão Mendes, Abel Matar da Silva, que afirmaram que 11 doentes, os primeiros a beneficiarem deste serviço, efetuam atualmente o tratamento de hemodiálise.
Aquele que é o primeiro centro de hemodiálise da Guiné-Bissau foi inaugurado em fevereiro passado, com ajuda da cooperação de Marrocos, por solicitação do Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló.
A vice-presidente da Liga diz que a organização “não encontra” nas declarações proferidas por Turé “quaisquer indícios que apontem o cometimento de crime” previsto e punível no ordenamento jurídico da Guiné-Bissau.
“Mas, se porventura, alguém se sentir ofendido ,que essa pessoa apresente competente queixa-crime que a Liga Guineense dos Direitos Humanos e o seu coletivo de advogados responderão no juízo e fora dele”, referiu Cladina Viegas.
A vice-presidente da Liga denunciou ainda que o aparato policial também poderá estar relacionado com a intenção de prender, de forma abusiva, Bubacar Turé.
A ativista condenou igualmente a “intromissão abusiva e ilegal na residência” do presidente da Liga, no último sábado, por parte de elementos do DPIC (Departamento de Informação Policial, Informação Criminal) do Ministério do Interior.
A Liga Guineense dos Direitos Humanos indicou que “não hesita em responsabilizar diretamente os atores morais e materiais” do que considera de “perseguição desenfreada” contra Bubacar Turé.
Vários dirigentes da oposição guineense tinham já denunciado, este domingo, uma alegada tentativa da polícia do país de prender o presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH), Bubacar Turé, envolvido numa polémica com as autoridades de Bissau.
As denúncias foram feitas pelos ex-primeiros-ministros Nuno Nabiam, Domingos Simões Pereira, e Aristides Gomes, estes dois últimos, em vídeos, a partir do estrangeiro, onde atualmente se encontram.
A Lusa tem tentado, ainda sem sucesso, obter reação do Ministério do Interior sobre o assunto.
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