O secretário de Estado das Infraestruturas classificou, à margem do último Conselho de Ministros do XXIII Governo Constitucional, o projeto da linha de alta velocidade Porto-Lisboa como “o investimento público mais importante pelo menos da primeira metade do século XXI em Portugal”.
“É uma linha ferroviária que vai permitir estruturar toda a nossa rede ferroviária ao longo do nosso eixo atlântico, onde se concentra uma parte muito importante da população portuguesa”, disse Frederico Francisco esta tarde, em conferência de imprensa, insistindo no projeto como uma “peça fundamental” da restruturação da ferrovia em Portugal.
O projeto em causa será executado de forma faseada e, como recorda o secretário de Estado, foi dado a conhecer publicamente no ano passado, na Estação de Campanhã, no Porto.
A primeira fase está dividida em dois troços, aos quais correspondem dois concursos e dois contratos separados. Segundo o governante, as respetivas declarações de impacto ambiental já foram obtidas.
A elaboração dos estudos e projetos está em curso, bem como os necessários com a Comissão Europeia “e, crucialmente, com a obtenção das declarações de impacto ambiental para os dois troços correspondentes à primeira fase”, avançou.
Segundo Frederico Francisco, a primeira fase corresponde à metade Norte da linha Porto-Lisboa e está dividida em dois troços. “Estamos a falar do percurso entre Porto e Soure. Só com esta primeira fase já conseguiremos ter um tempo de viagem a passar das quase três horas para menos de duas horas entre o Porto e Lisboa. E depois, com a segunda fase, que será o troço entre Soure e o Carregado, ficaremos entre 1h15 e 1h20”.
“Temos oito milhões de pessoas que vivem no eixo Braga-Setúbal. E, em conjunto com as linhas existentes (linha do Norte e do Oeste), esta linha de alta velocidade permitirá criar neste eixo um corredor ferroviário de elevado desempenho que permita temos de viagem curtos para passageiros, que permita reduzir o tempo de viagem entre Porto e Lisboa das atuais quase três horas para pouco mais de uma hora e 15 minutos e que permita, também, aumentar em muito a capacidade de transporte de mercadorias”, explicou, insistindo que o projeto apresentado é o mais importante que teve em mãos enquanto secretário de Estado.
Na mesma conferência, o Governo fez saber que avisou a ANA – Aeroportos de Portugal que não é o concessionário que decide investimentos, a propósito da preferência desta entidade para avançar com o novo aeroporto no Montijo.
“O concessionário gere uma infraestrutura em nome do Estado dentro de condições que estão previstas no contrato de concessão. O concedente, neste caso e em todos, não abdica em usar todos os mecanismos que estão previstos nesse contrato”, explicou Frederico Francisco.
Terminou a meio da tarde desta quinta-feira a última reunião de ministros do Executivo liderado por António Costa. A demissão do Governo socialista será formalizada ao início da noite por Marcelo Rebelo de Sousa, decorrido precisamente um mês desde que o primeiro-ministro socialista apresentou a demissão ao Chefe de Estado por causa de uma investigação judicial sobre a instalação de um centro de dados em Sines e negócios de lítio e hidrogénio.
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