Por estes dias, cerca de um sexto da humanidade celebra a chegada do Ano Novo Lunar um pouco por todo o mundo e Lisboa não é exceção. As boas-vindas ao Ano do Cão prometem dança, desfiles, artes marciais e muitas bancas de gastronomia. A Embaixada da China, a Associação dos Comerciantes e Industriais Luso Chinesa e a Câmara Municipal associaram-se às festividades, que têm como epicentro a avenida Almirante Reis e a rua da Palma, desde a Igreja dos Anjos até à praça do Martim Moniz.
Amanhã, dia 10 de fevereiro, a avenida vai receber um desfile – se nunca viu a dança do dragão, aproveite –, coreografias e artes marciais. No final do cortejo é tempo de provar as iguarias chinesas que vão estar à venda em várias bancas na Praça Martim Moniz, onde, no domingo, se irá instalar um mercado chinês entre as 10.00 e as 16.30.
Quando andar por lá, é muito natural que ouça expressões efusivas como “kong xi fa cai” or “kong hey fat choy”. É assim que se diz “Feliz Ano Novo” em mandarim e cantonês. Para muitos ocidentais, o Ano Novo chinês – como é conhecido entre nós – é um misto de cores e de símbolos muitas vezes incompreensíveis. Mas se formos além da superfície daquela que é uma das mais antigas festividades chinesas, descobriremos muito mais que simples rituais e comidas típicas desta época do ano.
O calendário chinês remonta ao século XIV a.C., é complexo e rege-se pelas fases da lua. Isto quer dizer que a festividade é móvel, mas existe uma janela temporal que não muda, ou seja, terá de ser um dia entre 21 de janeiro e 20 de fevereiro. Este ano, o ponto alto é a 16 de fevereiro e manda a tradição que as famílias se reúnam na véspera para fazer uma limpeza minuciosa da casa – um ritual simbólico para afastar a má sorte e as memórias desagradáveis, e preparar um futuro auspicioso –, a que se segue um jantar com as melhores iguarias.
Um ano para cada animal
Há muitas lendas que explicam a origem do zodíaco chinês, mas a mais famosa é a “Grande Corrida”. O Imperador de Jade, senhor dos céus, queria dividir o tempo e então decidiu criar uma corrida entre os animais. Os 12 primeiros que conseguissem atravessar o rio ganhariam um lugar no calendário, pela ordem de chegada.
O primeiro foi o rato, seguido do boi, que aceitou levá-lo no dorso Depois veio o tigre e o coelho. O dragão apareceu em quinto lugar, porque parou para ajudar os outros animais. O cavalo vinha logo atrás, mas assustou-se com a cobra e acabou por ficar na sétima posição. A cabra, o macaco e o galo chegaram juntos, mas acordaram oferecer o oitavo lugar à cabra por ser a mais harmoniosa dos três. Depois veio o cão, que poderia ter alcançado a outra margem mais depressa se não tivesse ficado a boiar (literalmente) no rio. Por último, chegou o porco que, pelo caminho, não resistiu a fazer uma pausa para comer.
Quando soou a trombeta, assinalando o fim da corrida, o imperador declarou: “Parabéns a todos os animais que conseguiram atravessar o rio. Os seus nomes serão lembrados para sempre”.
Feliz Ano do Cão!
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