Promover a inclusão de crianças com Necessidades Complexas de Comunicação (NCC) em atividades de leitura compartilhada, especialmente no que se refere ao desenvolvimento da alfabetização emergente e da comunicação funcional, é o propósito do livro multiformato “O Dia Mágico do Pipo”.
A obra da autoria de Célia Sousa, coordenadora do CRID – Centro de Recursos para a Inclusão Digital do Politécnico de Leiria, e Miryam Pelosi, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, foi apresentada no primeiro de maio, no festival literário Flipoços e no 9.º Congresso Nacional de Educação de Poços de Caldas, no Brasil.
O livro convida os mais novos a ler, escolher e interagir com a história de forma ativa, contendo elementos acessíveis para todas as crianças, mesmo que ainda não saibam ler convencionalmente, como ilustrações interativas, textos simples e em letra maiúscula, símbolos de apoio à leitura, bem como pranchas de comunicação, que apoiam a criança a perguntar, responder e comentar sobre a história, incentivando a sua participação ativa.
“O Dia Mágico do Pipo” é 10.º livro infantil de Célia Sousa, tem ainda agregado, através de um QR Code, um ebook com estratégias destinadas a técnicos e famílias para o desenvolvimento da comunicação e leitura. Dado o seu formato inovador, encontra-se em processo de registo de patente.
“Com o lançamento deste livro pretendemos contribuir para solucionar o problema da limitação de acesso e participação de crianças com NCC. A comunicação é essencial para a sua participação ativa em histórias e brincadeiras do dia a dia e, para apoiar esse processo, utilizamos neste livro quatro estratégias muito importantes: modelagem, suporte graduado, scaffolding e ampliação de linguagem”, começa por explicar Miryam Pelosi.
O livro infantil recorre à estratégia de modelagem na Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA), que consiste na demonstração ativa do uso de sistemas de comunicação alternativa para promover a aprendizagem e o envolvimento da criança no processo comunicativo. Através do uso de símbolos, pranchas de comunicação ou dispositivos eletrónicos de alta tecnologia pelo parceiro de comunicação (terapeuta, professor, familiar), as crianças compreendem e interiorizam interações naturais do quotidiano.
“Muitas crianças com Necessidades Complexas de Comunicação não aprendem a usar sistemas de CAA apenas por exposição, precisando de ver estes sistemas a serem utilizados funcionalmente, para compreenderem a sua utilidade. Por isso, é importante que vejam os adultos a incorporar esta estratégia na sua rotina diária. A CAA é especialmente eficaz quando é aplicada em contextos lúdicos, como brincadeiras, jogos adaptados e leitura compartilhada, porque torna a aprendizagem mais natural e motivadora”, acrescenta Célia Sousa, coordenadora do CRID.
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