PS e Aliança Democrática revelaram ainda total disponibilidade para uma reforma na Justiça. Posições foram assumidas no debate das rádios.
Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro mostraram-se disponíveis para um consenso na reforma da Justiça, de acordo com posições assumidas no debate das rádios que juntou os líderes dos partidos com assento parlamentar, menos o Chega.
“O PS tem disponibilidade de um consenso alargado sobre uma reforma da Justiça, esse consenso deve ser procurado com o PSD”, destacou Pedro Nuno Santos.
Para o líder do PS, o “problema na Justiça vai para lá do Ministério Público mas deve ser clarificada cadeia hierárquica do organismo. Não há nenhum poder acima da crítica e do escrutínio. Nunca se deve pôr em causa a sua autonomia”.
O presidente do PSD afirmou total disponibilidade para esse consenso: “Estamos disponíveis para esse consenso, não podemos andar a mudar estratégias sucessivamente nesta matéria”. Desafiado a dar uma nota à Procuradora-Geral da República, Luís Montenegro considera que “Lucília Gago merece uma nota mais negativa do que positiva porque o Ministério Público tem visto as suas investigações contrariadas pelos juízes”.
Rui Rocha, presidente da Iniciativa Liberal, criticou Luís Montenegro por avançar com uma avaliação a Lucília Gago: “Dar notas ao Ministério Público é uma polarização do sistema de justiça. Da nossa parte, estamos disponíveis para uma reforma na Justiça e não queremos uma perversão da fase de instrução”.
Do lado dos comunistas, Paulo Raimundo considerou que “a rapidez e acesso à Justiça através das custas judiciais são os grandes problemas. É preciso mais meios e que os seus profissionais sejam valorizados”. Já Inês Sousa Real, coordenadora do PAN, este partido defende “um reforço de meios para a investigação e que a Justiça seja célere, eficaz e acessível. Não podemos ter a ilusão de que os mega processos vão acabar e por isso são necessários mais meios além de não ter uma Justiça à qual só os mais ricos possam ter acesso”.
Rui Tavares, coordenador do Livre, realça que “claramente há um partido que está interessado em afunilar o debate sobre a justiça para extrair dividendos políticos. Há uma grande ingenuidade do PSD em achar que no seu espaço político seja possível um pacto político para reformar a Justiça”.