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Lucros da Corticeira Amorim derrapam para os 89 milhões de euros

O ano de 2023 não foi excelente para o maior grupo transformador de cortiça do mundo. Por uma pequena margem, voltou a descer abaixo dos míticos mil milhões de euros de faturação.
22 Fevereiro 2024, 17h06

Após resultados atribuíveis aos interesses que não controlam, a Corticeira Amorim encerrou o ano de 2023 com um resultado líquido de 88,9 milhões de euros, uma redução de 9,7% face ao ano anterior, segundo comunicado enviado à CMVM. As vendas do grupo atingiram 985,5 milhões de euros no exercício de 2023. Apesar de um mix de produto mais favorável e da subida de preços, a redução significativa dos níveis de atividade, nomeadamente da Amorim Cork Flooring, e o efeito cambial desfavorável explicam a diminuição das vendas de 3,5% face ao ano anterior (-2,2%, excluindo o impacto negativo da evolução cambial).

A Amorim Cork, cujas vendas representam 76% das vendas consolidadas, apresentou uma certa resiliência, tendo as suas vendas registado uma subida de 0,7%. As vendas desta Unidade de Negócio (UN) foram particularmente afetadas pela evolução cambial – excluindo esse efeito, as vendas teriam subido 2,3%.

Apesar dos impactos negativos do aumento dos preços de consumo da cortiça e da desalavancagem operacional, o EBITDA consolidado subiu para 177 milhões. Este crescimento de 7,9%, resultou essencialmente de uma melhoria do mix de vendas e de poupanças significativas ao nível dos custos operacionais, nomeadamente decorrentes da redução dos preços de eletricidade e transportes. A margem EBITDA cifrou-se em 18,0% (12M22: 16,1%).

No final de dezembro, a dívida remunerada líquida aumentou para 241 milhões de euros (2012: 129 milhões), refletindo o acréscimo das necessidades de fundo de maneio (108 milhões), o aumento do investimento em ativo fixo (95 M€), o pagamento de dividendos (39 milhões de euros ) e a aquisição do Grupo VMD (12 milhões).

As vendas da Amorim Cork ascenderam a 759,4 M€, uma ligeira melhoria face a 2022 (+0,7%). Apesar das vendas terem beneficiado da melhoria do mix de produto e da subida de preços, os volumes continuaram pressionados, refletindo, essencialmente, os efeitos do destocking. Os segmentos de rolhas para vinhos espumosos e espirituosos foram os que mostraram maior resiliência, destacando-se, no segmento de rolhas para vinhos tranquilos, as rolhas Neutrocork, que continuaram a apresentar um forte crescimento de vendas. Os resultados operacionais foram particularmente impulsionados pelos maiores rendimentos de trituração e pelos menores custos de eletricidade e transportes. O EBITDA totalizou 147,7 milhões de euros e a margem EBITDA cifrou-se em 19,5% (copara com 16,7% em 2022). As vendas e o EBITDA das UN Amorim Cork e Amorim Florestal ascenderam a 772,8 milhões de euros e 163,1 milhões, respetivamente, com uma margem EBITDA de 21,1% (compara com 18,8%).

A Amorim Cork Flooring apresentou vendas de 92,2 M€ (-30,1% face ao ano anterior), com contração de volumes em todas as linhas de produtos, particularmente naqueles em processo de phase-out, e na generalidade dos mercados onde opera. A conjuntura extremamente adversa, particularmente nos segmentos de retalho e residencial, foi a causa principal desta significativa queda dos níveis de atividade. A rentabilidade operacional foi fortemente penalizada, tendo o EBITDA caído para -7,9 milhões de euros (-1,7 milhões em 2022).

As vendas da Amorim Cork Composites diminuíram 3,8%, cifrando-se em 119,8 milhões, apesar de, nos últimos três meses do ano, terem registado um crescimento sólido de 8,4%. A redução dos volumes, particularmente nos segmentos de menor valor acrescentado, foi determinante para esta evolução. Os segmentos de Sports Surfaces, Footwear e Aerospace foram os que apresentaram o maior crescimento de vendas, contribuindo decisivamente para o crescimento robusto da rentabilidade. O EBITDA ascendeu a 25,1 milhões de euros (+15,8% face ao ano anterior) e a margem EBITDA subiu para 21% (que compara com17,4% em 2022).

A Amorim Cork Insulation manteve uma evolução positiva das vendas (+14,2% face ao ano anterior), beneficiando da melhoria do mix de produto e do aumento de preços. Os resultados operacionais foram, no entanto, afetados pelo aumento do preço de consumo de cortiça e pela redução dos níveis de atividade. O EBITDA baixou para -1,6 milhões.

O Conselho de Administração decidiu propor à Assembleia Geral de Acionistas, a realizar no próximo dia 22 de abril, o pagamento de um dividendo bruto de € 0,20 por ação.

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